Polícia de choque persegue manifestantes durante protesto contra o governo em Santiago, chile, 19 de novembro de 2019
Polícia de choque persegue manifestantes durante protesto contra o governo em Santiago, chile, 19 de novembro de 2019| Foto: CLAUDIO REYES / AFP

Membros da polícia nacional do Chile cometeram graves violações dos direitos humanos, incluindo uso excessivo de força nas ruas e abusos contra pessoas detidas, desde o início dos protestos em 18 de outubro, afirmou a ONG internacional Human Rights Watch em relatório publicado nesta terça-feira (26).

Representantes da ONG se reuniram com o presidente chileno, Sebastián Piñera, nesta terça-feira, e recomendaram profundas reformas para prevenir abusos pelas forças policiais. A comitiva da Human Rights Watch chegou ao Chile há duas semanas para investigar denúncias de violações durante a repressão aos protestos. Foram entrevistados vítimas, policiais, médicos, advogados, acadêmicos, representantes da sociedade civil e autoridades do governo.

Segundo o relatório, "existe evidência sólida de uso excessivo da força contra manifestantes e transeuntes" e há "provas consistentes de que a polícia utilizou a força de maneira excessiva em resposta aos protestos, ferindo milhares de pessoas, independentemente se elas haviam participado de atos violentos ou não". O relatório ressalta que também houve graves atos de violência cometidos por grupos, como ataques a policiais com pedras e coquetéis molotov, além de saques e incêndio de bens públicos e privados.

A subsecretária de Direitos Humanos do Chile, Lorena Recabarren, declarou nesta terça-feira o governo valoriza o relatório da ONG e as recomendações feitas, informou a CNN Chile. "Este é precisamente o objetivo central do projeto de modernização apresentado pelo governo no ano passado", afirmou Recabarren.