reforma judicial argentina
A vice-presidente argentina Cristina Fernandez de Kirchner comanda sessão do Senado em que se discute a reforma judicial proposta pelo presidente Alberto Fernández| Foto: RONALDO SCHEMIDT/AFP

A maioria kirchnerista conseguiu aprovar com facilidade o projeto de reforma judicial no Senado argentino na madrugada desta sexta-feira (28), depois de mais de 10 horas de discussão. Foram 40 votos a favor e 26 contra a proposta do presidente Alberto Fernández que deve criar mais tribunais criminais federais em Buenos Aires para dissolver o poder dos juízes de Comodoro Py, onde são julgados os principais casos de corrupção do país - inclusive os que têm a vice-presidente Cristina Kirchner como ré.

Com modificações, a reforma segue para a Câmara dos Deputados, dominada pela oposição. Foi incluído no projeto a criação de mais 9 câmaras de apelação e 60 tribunais federais no interior do país. A controversa emenda apresentada na semana passada pelo senador Oscar Parrilli, aliado de Kirchner, foi retirada pelo próprio senador. Ele propunha que os juízes deveriam ser obrigados a denunciar "pressões midiáticas" que poderiam vir a sofrer no julgamento de processos, o que foi interpretado por advogados constitucionalistas e organizações jornalísticas argentinas como censura à imprensa. Do lado de fora do Senado, várias pessoas protestaram contra a reforma, chamando-a de "impunidade K", em referência à vice-presidente do país.