Capitólio dos Estados Unidos, sede do Legislativo do país
Capitólio dos Estados Unidos, sede do Legislativo do país| Foto: Martin Falbisoner/Wikimedia Commons

Um grupo de senadores dos Estados Unidos anunciou neste domingo um acordo preliminar para aumentar o controle de armas de fogo no país, que propõe medidas mínimas após os tiroteios em massa em um supermercado em Buffalo (Nova York) e em um escola em Uvalde (Texas).

Em comunicado, o grupo de senadores, tanto democratas quanto republicanos, indicou que o acordo inclui uma revisão do processo de compra de armas para menores de 21 anos (os autores dos tiros em Buffalo e Uvalde tinham 18 anos).

O pacote de medidas também estende a todo o país as chamadas leis de "alerta de perigo", já em vigor em estados como Califórnia, Nova York e Flórida, e que permitem a ativação de um procedimento legal para confiscar armas de fogo de quem representa perigo para terceiros ou para si próprio.

O grupo de senadores que chegou ao acordo é composto por 10 democratas e 10 republicanos, então é provável que obtenha o apoio necessário para ser aprovado no plenário do Senado, onde os democratas têm uma maioria muito apertada e precisam do apoio republicano para vencer e levar adiante quase todas as iniciativas.

Outra das medidas incluídas no pacote visa acabar com o que ficou conhecido como "o vácuo do namorado", pelo qual até agora se alguém é acusado de violência doméstica sem ser casado, pode continuar possuindo armas, algo que não acontece no caso de pessoas casadas.

Além de restringir um pouco o acesso a armas a certas pessoas e em que circunstâncias, o acordo também inclui mais fundos para recursos de saúde mental e para reforçar a segurança escolar, dois aspectos que os defensores das armas insistem sempre que há um tiroteio midiático nos EUA.

O acordo é significativo por ter apoio bipartidário - se aprovado, seria a maior reforma legislativa sobre armas de fogo em três décadas -, mas está muito distante das propostas da Casa Branca e da maioria dos representantes do Partido Democrata, muito mais restritivas.

Logo após o anúncio, o presidente dos EUA, Joe Biden, divulgou um comunicado chamando o acordo de "um passo na direção certa", mas lamentou que "obviamente" não inclua todas as medidas que ele considera necessárias.

"A cada dia que passa, mais crianças são mortas neste país. É importante que o acordo chegue ao meu gabinete o mais rápido possível para que eu possa ratificá-lo e possamos usar essas medidas para salvar vidas", disse.

Antes de chegar ao salão oval para ser ratificado pelo presidente, o acordo deve ser apresentado como projeto de lei e ser aprovado tanto no Senado quanto na Câmara dos Representantes.