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Demonstração de força

Bukele envia 3 mil homens em operação para combater gangues no norte de El Salvador

Início da operação em Apopa, cidade do norte de El Salvador onde gangues tentam se reorganizar.
Início da operação em Apopa, cidade do norte de El Salvador onde gangues tentam se reorganizar. (Foto: Divulgação/Governo de El Salvador)

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Em uma nova demonstração de força, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, mobilizou mais de 3 mil soldados e policiais para capturar membros de gangues em Apopa, no norte do país.

Armados com fuzis, os militares e agentes de segurança chegaram à cidade no sábado (25) e se espalharam por cinco bairros, onde montaram barreiras para controlar a passagem de carros e pessoas.

“Depois de recebermos várias denúncias de civis, acabamos de instalar cercos de segurança nas comunidades de Tika 1, 2 e 3, Valle del Sol e La Chintuc”, disse Bukele em sua conta no X.

Segundo o presidente, mais de 2 mil solados e mil policiais foram enviados para a região. Com cerca de 130 mil habitantes, Apopa é um dos principais redutos das gangues MS-13 e Barrio 18, consideradas as mais atuantes de El Salvador.

O ministro da Defesa do país, René Merino, explicou para a imprensa que o objetivo da ação é retirar das ruas os remanescentes dessas facções, praticamente desmanteladas durante os últimos dois anos. "Alguns criminosos estão tentando se reorganizar nessas áreas”, afirmou.

“Não permitiremos que esses pequenos grupos se reagrupem e tirem a paz que nos custou tanto”, disse Bukele, que já havia ordenado, no final de março, uma operação militar com 5 mil homens na região.

A guerra do presidente contra as gangues de El Salvador se intensificou em março de 2022, em resposta a uma escalada da violência que deixou 87 mortos em apenas um fim de semana.

Apoiado por um decreto que permite prisões sem ordem judicial, seu governo começou uma campanha de detenções em massa – e levou para a cadeia mais de 73 mil criminosos em apenas 18 meses.

A medida, que ele chama de “extração”, reduziu radicalmente os índices de violência no país. Quando Nayib Bukele chegou ao poder, em 2019, a taxa de homicídio era de 38 assassinatos a cada 100 mil habitantes. Quatro anos depois, despencou para 1,7 por 100 mil.

Para grupos de direitos humanos, muitas dessas detenções são arbitrárias e ferem tratados internacionais.

Mas Bukele segue com alta popularidade entre os salvadorenhos, que valorizam a restauração da tranquilidade nas ruas. Em fevereiro deste ano, ele foi reeleito com mais de 80% dos votos para outro mandato de cinco anos.

A ofensiva iniciada no sábado acontece exatamente no momento em que o Congresso salvadorenho discute uma prorrogação das medidas adotas em 2022. A votação deve acontecer nesta quarta-feira (29) e, segundo a imprensa local, o decreto será renovado.

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