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Brown diz compartilhar visão dos EUA sobre guerra

Washington – O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, afirmou ontem ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que compartilha da visão norte-americana de que há "tarefas a dispensar e responsabilidades a manter" no Iraque.

"Nosso objetivo, como o dos EUA, é entregar passo a passo o controle às autoridades iraquianas", disse Brown ao lado de Bush, em entrevista coletiva em Camp David, a residência de final de semana da Casa Branca.

A entrevista foi dada após a reunião entre Bush e Brown, que começou ontem, e marcou o primeiro encontro entre ambos desde que Brown assumiu o poder no Reino Unido, no final de maio.

As afirmações de Brown contrariaram as expectativas de que a guerra no Iraque não seria incluída entre os assuntos do encontro, por ser um tema delicado.

O comprometimento do Reino Unido com a guerra é essencial para o governo Bush. O Reino Unido tem 5.500 soldados no país árabe, migrando de tarefas de combate para assessorar as forças iraquianas locais.

Washington – O governo americano confirmou ontem que pedirá ao Congresso a aprovação de um pacote de US$ 63 bilhões em armas e ajuda militar para Egito, Israel, Arábia Saudita e mais cinco países do golfo Pérsico. O anúncio, antecipado no fim de semana pela imprensa americana, precede a visita da secretária de Estado, Condoleezza Rice, à região.

O pacote, a ser concretizado num período de dez anos, enfrenta oposição nos EUA. Os deputados Anthony Weiner e Jerrold Nadler, democratas de Nova Iorque, deram entrevista em frente ao consulado da Arábia Saudita para anunciar a intenção de rejeitar o pedido.

Seu principal argumento é o fato de os sauditas serem suspeitos de financiar grupos sunitas que se opõem ao governo iraquiano, de maioria xiita. Mas Rice disse que a viagem dela e do secretário da Defesa, Robert Gates, visa convencer os aliados a adotar posições "mais construtivas" no Iraque.

O subsecretário de Estado de Assuntos Políticos, Nicholas Burns, disse que a venda de armas pode ajudar a balancear as "tentativas agressivas do Irã de dominar o Oriente Médio". Segundo a CIA, o gasto militar iraniano é de cerca de 2,5% do PIB e o da Arábia Saudita, de 10%.

O pacote será detalhado em setembro, quando irá ao exame do Congresso. No caso da Arábia Saudita e de seus vizinhos no golfo, seriam vendidos em dez anos armamentos no valor de até US$ 20 bilhões. Já para Israel, a ajuda militar passaria dos atuais US$ 2,4 bilhões para US$ 3 bilhões anuais, permitindo que o país mantenha sua vantagem militar sobre as nações árabes. O Egito, país sunita sob pressão de Washington para apoiar o governo de maioria xiita iraquiano, receberia US$ 13 bilhões em dez anos.

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