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Soldado dos EUA orienta forças iraquianas na cidade de Mosul durante ofensiva para tomar um reduto do Estado Islâmico, 21 de junho de 2017. Os EUA podem enfrentar a segunda saída forçada do Iraque em uma década, após decisão do Parlamento
Soldado dos EUA orienta forças iraquianas na cidade de Mosul durante ofensiva para tomar um reduto do Estado Islâmico, 21 de junho de 2017. Os EUA podem enfrentar a segunda saída forçada do Iraque em uma década, após decisão do Parlamento| Foto: MOHAMED EL-SHAHED / AFP

Uma carta do comando militar dos EUA em Bagdá enviada ao governo iraquiano que indicava a retirada das tropas americanas do país, divulgada nesta segunda-feira (6) por agências de notícias internacionais, foi um "erro" e "mal formulada", disse o chefe do Estado-Maior conjunto dos EUA, general Mark Milley, à imprensa americana.

"Não é isso o que está acontecendo", afirmou Milley, enfatizando que não havia planos para a retirada das tropas americanas do Iraque. O documento, disse o general a jornalistas americanos, deveria informar apenas sobre uma maior movimentação das forças na região.

O secretário de Defesa Mark Esper também respondeu às peguntas de jornalistas no Pentágono: "Estamos reposicionando as forças pela região. Essa carta não é consistente com a nossa posição no momento", disse Esper.

As dúvidas continuaram após o fim da coletiva, segundo relatos da imprensa local, e Milley retornou para esclarecer a confusão:

"Essa carta é um rascunho, ela foi um erro, não estava assinada, não deveria ter sido divulgada... foi mal formulada, insinua uma retirada, isso não é o que está acontecendo. Foi um erro honesto... não deveria ter sido enviada", disse Milley, segundo a CNN.

A carta obtida pelas agências Reuters e AFP informava ao Iraque que as forças armadas dos EUA iriam reorganizar as suas tropas no país nos próximos dias e semanas e usar helicópteros durante a movimentação.

"Em deferência à soberania da República do Iraque, e conforme solicitado pelo Parlamento iraquiano e pelo primeiro-ministro, o CJTF-OIR [Força-Tarefa Conjunta Combinada] reposicionará forças ao longo dos próximos dias e semanas", afirma a carta, segundo a Reuters. "Nós respeitamos a sua decisão soberana de ordenar nossa partida", continua o documento.

Segundo a Reuters, a autenticidade da carta, enviada ao Ministério da Defesa iraquiano, foi confirmada por uma fonte militar do Iraque. Uma autoridade do Pentágono confirmou a autenticidade da carta à CNN.

Agências internacionais relataram que vários helicópteros sobrevoaram Bagdá na noite desta segunda-feira.

Mais cedo, uma autoridade do Pentágono havia confirmado à CNN que os EUA notificaram o Iraque sobre o reposicionamento de algumas de suas tropas para outro local da região. "Ainda temos muitas parcerias com as forças de segurança do Iraque e enquanto nossa missão de treinamento e operações para derrotar o [Estado Islâmico] estão em pausa, esperamos retomar essas operações a qualquer momento. A maioria dessas tropas que estão sendo reposicionadas está envolvida na missão de treinamento em funções administrativas", disse a autoridade.

O Parlamento iraquiano decidiu no domingo que o governo deve expulsar as tropas americanas do país, após o assassinato do general iraniano Qasem Suleimani em Bagdá na semana passada. Mais cedo nesta segunda-feira, o primeiro-ministro iraquiano, Adel Abdul Mahdi, confirmou que pretende autorizar a medida aprovada pelo Parlamento, e trabalhar em conjunto com os EUA para definir como a retirada será feita.

Conteúdo editado por:Helen Mendes
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