A Casa Branca incluiu equivocadamente o nome de um funcionário de alto escalão da CIA no Afeganistão em uma lista enviada para jornalistas durante a visita surpresa do presidente Barack Obama ao país, informou o jornal Washington Post nesta segunda-feira (26).
O diário norte-americano disse que o oficial, identificado como "Chefe da Estação" - nome usado pela Inteligência dos EUA para o seu espião de mais alta patente em um país -, figurava na lista de pessoas que participariam de uma entrevista com Obama durante a viagem do presidente à Base Aérea de Bagram, perto da capital afegã.
A lista de nomes foi enviada por e-mail a jornalistas e incluída em um relatório compartilhado com correspondentes e outros profissionais que não acompanham o presidente na viagem. De acordo com o Post, depois de ter reconhecido o erro, a Casa Branca emitiu uma nova lista excluindo o nome do funcionário da CIA.
O jornal informou que o chefe de escritório da Casa Branca, Scott Wilson, que estava na viagem, copiou a lista original a partir do e-mail enviado por assessores da Casa Branca e a incluiu em um relatório enviado para uma lista de mais de 6 mil destinatários.
Depois que ele viu a referência ao chefe da estação, Wilson perguntou aos assessores da Casa Branca no Afeganistão se eles tiveram a intenção de incluir o nome, segundo o diário.
"Inicialmente, a assessoria de imprensa não levantou objeções, aparentemente porque as autoridades militares tinham elaborado a lista para enviar para veículos de notícias", acrescentou o jornal. "Mas funcionários da Casa Branca perceberam o erro e emitiram uma lista atualizada sem o nome do agente da CIA."
O jornal disse que o nome foi retirado, a pedido do governo de Obama, que alertou que o suposto agente e sua família poderiam estar em risco se o nome fosse divulgado.
A divulgação marcou um exemplo raro em que um agente da CIA trabalhando no exterior teve sua identidade revelada pelo próprio governo. Outro caso recente ocorreu sob diferentes circunstâncias, quando a ex-agente da CIA Valerie Plame teve seu nome divulgado em 2003, uma semana após seu marido, o ex-embaixador Joseph Wilson criticar, em artigo ao New York Times, as justificativas de George W. Bush para a guerra do Iraque.
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