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Vibrantes com a primeira vitória nas urnas em quatro estados americanos, defensores do casamento homossexual planejam impulsionar a legalização da lei em outros doze estados do país, enquanto pressionam tribunais federais. Eles também se preparam para a mudança de uma emenda constitucional no estado de Oregon, que deve ser alterada em 2014 e definia o casamento como apenas entre homem e mulher.

Nove estados e a capital federal, Washington, legalizaram a união civil homossexual. Mesmo que a questão continue impopular no sul dos Estados Unidos, os ativistas veem possíveis ganhos legislativos em Delaware, Havaí, Illinois, Rhode Island, Minnesota e Nova Jersey.

O reforço à causa vem da rápida mudança na opinião pública, enquanto pessoas crescem acostumadas à ideia e se familiarizam com gays e casais homossexuais.

"O ritmo da mudança de opiniões cresceu nos últimos anos. E com uma nova geração sendo a maior parte do eleitorado, a questão está mais abrangente", disse Michael Dimock, diretor de pesquisa do Centro de Pesquisa Pew, em Washington.

Um olhar mais atento à campanha deste ano, do Maine ao estado de Washignton, mostra como os ativistas pretendem acelerar essa mudança no futuro, baseando-se principalmente num intenso e paciente trabalho pessoal. No Maine, houve um referendo sobre a união homossexual há três anos, e a medida não foi aceita - 53% dos eleitores a rejeitaram. O grupo Mainers United for Marriage ligou para cerca de 250 mil residentes e foi em casas para conversar por cerca de 20 minutos sobre amor, casamento e compromisso e fazê-los repensar seus pontos de vista. "Perguntamos para as pessoas o que o casamento significava em suas vidas", disse Matt McTighe, empresário do grupo.

Na última terça-feira, os percentuais se inverteram: 53% aceitaram a proposta e 47% rejeitaram. Douglas Emmons, de 52 anos, foi um dos eleitores que votou contra em 2009 mas mudou sua ideia esse ano depois de conversar com a filha Holly e com Randy Hazelton, organizador do Mainers United for Marriage.

"Ainda é algo desconfortável; não parece muito natural. Mas creio que todo mundo deveria ter uma chance igual de se casar, se quiser", disse Emmons.

Os opositores mais fervorosos, liderados por cristãos evangélicos e católicos, prometeram redobrar sua defesa do chamado "casamento natural", comparando a questão à contínua luta contra o aborto legal. "Perdemos por margens pequenas nos bastiões do país", disse Brian S. Brown, presidente da Organização Nacional para o Casamento.

Ele observou que 30 estados têm medidas constitucionais banindo o casamento homossexual. Brown lembrou que, daqui a um ou dois anos, o estado de Indiana deve votar na medida, e disse que sua ideia vai ganhar nas urnas. No entanto, alguns conservadores questionam se o Partido Republicano deveria resistir a uma tendência aparenta crescer cada vez mais.

"A sorte está lançada nesta questão", disse Steve Schmidt, que foi conselheiro na campanha presidencial de John McCain e George W. Bush e há anos insiste que republicanos aceitem a união homossexual. "Por que deveríamos assinar um pacto suicida com a Organização Nacional para o Casamento?", questionou, ao dizer que o partido, pelo contrário, deveria endossar os princípios do federalismo e deixar os estados decidirem a questão.

Estrategistas da igualdade matrimonial dizem que a mudança no país virá das cortes, enquanto medidas restritivas serão consideradas inconstitucionais. Neste mês, a Suprema Corte americana vai decidir se deve considerar casos envolvendo o Ato de Defesa do Casamento, que proíbe programas federais de reconhecer o casamento homossexual, e a Proposição 8 da Califórnia. Mas poucos esperam que a Justiça Federal mude todo o país agora.

"A discriminação matrimonial vai acabar quando a Suprema Corte levar o país a uma resolução comum. Mas ela não costuma ser radical no início", disse Evan Wolfson, presidente do grupo Liberdade para Casar, que providenciou dinheiro e auxílio tático nas campanhas de quatro estados este ano. "Nós estamos trabalhando para construir a opinião pública e uma grande quantidade de políticas estaduais, criando o clima para que a Suprema Corte aja", disse.

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