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O então presidente Hosni Mubarak, em foto de março de 2009
O então presidente Hosni Mubarak, em foto de março de 2009| Foto: AFP

Derrubado do poder pela onda de manifestações pró-democracia da Primavera Árabe, em 2011, o ex-presidente Hosni Mubarak, que governou o Egito com mão de ferro por 30 anos, morreu na UTI de um hospital de Cairo. A notícia foi dada pela TV estatal egípcia.

Mubarak, de 91 anos, tinha passado por uma cirurgia no dia 23 de janeiro e, desde então, permanecia hospitalizado. Ex-piloto de caça, herói de guerra e vice-presidente da República, Mubarak assumiu o poder em 1981, após o assassinato de Anwar Sadat, que havia recebido o prêmio Nobel da Paz pelas negociações de paz com Israel. Como presidente, Mubarak declarou estado de emergência, restringiu a liberdade de expressão e permitiu que a polícia fizesse detenções por tempo indeterminado. Renovou o próprio mandato por quatro vezes: em 1987, 1993, 1995 e 1999. Escapou de várias tentativas de assassinato, uma das mais dramáticas em 1995, quando militantes islâmicos abriram fogo contra sua comitiva, numa conferência pan-africana, na Etiópia.

Incompatível

Ao longo de seu governo, Mubarak foi um importante aliado dos EUA e defensor da paz do Egito com Israel. Mas, para as dezenas de milhares de jovens egípcios que tomaram as ruas do país em 2011, Mubarak era incompatível. A inspiração veio de países do norte da África e do Oriente Médio, que organizavam protestos pró-democracia.

Com forte uso das redes sociais, multidões pediam a renúncia do presidente em protestos que deixaram 239 mortos em todo o país. No final, com milhões reunidos na capital e no interior, além de marchas contra o palácio de Mubarak, os militares que por tanto tempo o apoiaram decidiram tirá-lo do poder.

Depois de ser deposto, Mubarak compareceu a julgamento trancafiado em uma gaiola e foi condenado à prisão perpétua. Absolvido posteriormente das acusações de ter contribuído para a morte de manifestantes nos protestos da Primavera Árabe, o ex-presidente egípcio foi liberado da prisão em 2017, aos 88 anos. Chamado por muitos de o “último faraó do Egito”, ele passou a maior parte dos últimos anos de vida em um resort no balneário de Sharm el-Sheikh.

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