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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, defendeu na quarta-feira que o Congresso promova uma reforma constitucional que permita sua reeleição, um processo mais rápido do que a iniciativa popular por meio de abaixo-assinado.

Chávez iniciou na semana passada uma campanha para modificar um artigo da Constituição - sancionada por ele mesmo em 1999 - que lhe impede de disputar a Presidência novamente em 2012, por já ter sido reeleito uma vez.

O presidente disse a seguidores que a tramitação pelo Congresso permitiria realizar um referendo sobre o tema até o final de fevereiro.

"A via da Assembléia Nacional tem uma vantagem: que é mais rápida...Eu sei que as pessoas gostam muito, eu em primeiro lugar, de recolher assinaturas, mas não se trata de recolher assinaturas em qualquer papel ", disse ele na posse de um governador, transmitida em rede de TV.

A emenda constitucional pode começar a tramitar com as assinaturas de 15 por cento do eleitorado, de 30% dos parlamentares, ou por iniciativa do presidente; a emenda deve ser aprovada em referendo num prazo de 30 dias após sua recepção formal.

Analistas dizem que Chávez tem pressa porque pretende se antecipar a uma eventual perda de popularidade, em consequência da desvalorização do petróleo, e a uma consolidação da oposição.

Chávez e o seu Partido Socialista Unido da Venezuela dizem que a reeleição é uma aspiração popular.

A Assembléia, com 166 deputados, está dominada amplamente pelos governistas, e seria fácil aprovar a emenda pela via parlamentar. Para que o processo seja de iniciativa popular, seria preciso angariar cerca de 2,5 milhões de assinaturas.

"Teríamos de esperar que o Conselho Eleitoral elabore um formato..., diga em que data as assinaturas serão recolhidas..., isso deve ser normatizado pelo Conselho Eleitoral tem umas férias bem merecidas agora em dezembro", acrescentou Chávez.

Adversários dizem que o presidente zomba do país e comete uma ilegalidade ao tornar a consultar sobre a sua reeleição, tema que foi rejeitado em referendo há um ano, junto com um pacote que ampliaria seus poderes.

A oposição também o acusa de tentar se perpetuar no poder, aonde chegou em 1999, de asfixiar a dissidência e de levar o país para um modelo semelhante ao comunista cubano.

Chávez diz que não se importa em ser chamado de "ditador" e "tirano", e que cabe ao povo decidir se a "revolução" que ele promove deve ser mantida após o final do seu atual mandato, em janeiro de 2013.

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