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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse nesta segunda-feira (24) que o partido do governo, do qual é líder, poderia promover uma nova reforma da Constituição para permitir a reeleição ilimitada. Chávez não conseguiu no ano passado que os venezuelanos aprovassem a medida em um referendo sobre uma ampla modificação da Carta Magna que lhe daria maiores poderes. Nas eleições deste domingo (23), os aliados do presidente conseguiram ganhar a maior parte dos governos dos estados e prefeituras do país, mas seus adversários conseguiram conquistar a vitória em distritos-chave. A oposição ficou com 45% dos votos e deve pressionar o governo.

"Se o Partido Socialista Unido (PSUV) considerar conveniente a uma parte importante dos venezuelanos que me seguem poderia propor a reforma", disse o presidente na noite de segunda-feira em entrevista coletiva.

O militar da reserva já disse em várias ocasiões em seus dez anos de gestão que governará o país até 2021 ou mais. Minutos antes de voltar a falar na reforma, Chávez havia dito que ele não faria a proposta - que deve ser submetida a uma consulta popular -, mas afirmou que não pode "evitar que alguém a faça".

"É um direito do povo, que verá se usa esse direito, mas é apenas uma possibilidade e não é uma prioridade para mim", afirmou. "Restam a mim, a partir do próximo 2 de fevereiro, quatro anos de governo. Se Deus quiser e eu estiver em boa saúde e todas as outras condições e considerações, vou a acelerar a marcha nestes quatro anos para cumprir o projeto socialista", acrescentou.

Reeleito em 2006 para mais seis anos de governo, o presidente sofreu sua primeira derrota nas urnas em dezembro de 2007, quando sua polêmica reforma constitucional foi rejeitada, segundo ele, por entre 10 mil e 15 mil votos. Além de dar a possibilidade a Chávez de ser candidato nas eleições de 2012, a reforma barrada estenderia seu mandato de seis para sete anos e ampliaria seus poderes em diversos assuntos, como nomear as autoridades regionais e manejar as reservas internacionais.

Chávez faz as primeiras críticas a Obama e cobra respeito da CNNDurante a longa entrevista coletiva para correspondentes estrangeiros, Chávez também fez suas primeiras críticas ao presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama. Ele comparou Obama ao atual inquilino da Casa Branca, George W. Bush, e disse que sua resposta a uma carta do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, foi desrespeitosa.

O presidente venezuelano disse ainda que há nos EUA uma "maquinaria assassina" que é "capaz de qualquer coisa", incluindo "matar" o presidente eleito.

"Tomara que não matem Obama", disse o presidente venezuelano.

Chávez se dirigiu também a uma das apresentadoras da rede americana CNN que estava na entrevista e pediu que a emissora mude de opinião sobre seu país e respeite mais seu governo socialista .

O presidente venezuelano anunciou ainda a chegada nesta terça-feira de navios russos à Venezuela, onde vão realizar exercícios militares conjuntos com a marinha venezuelana. Será a primeira vez, desde o final da Guerra Fria, que a Rússia realiza operações deste tipo na região, considerada uma a área de influência dos Estados Unidos.

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