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Fábrica destruída em Aleppo, após o bombardeio das tropas fiéis ao presidente Bashar al Assad | REUTERS/
Fábrica destruída em Aleppo, após o bombardeio das tropas fiéis ao presidente Bashar al Assad| Foto: REUTERS/

As forças do presidente Bashar al Assad usaram na segunda-feira (18) foguetes e artilharia contra uma cidade sitiada próxima ao Líbano, numa tentativa de capturar uma região estratégica depois de avanços contra os rebeldes em Damasco e no norte da Síria.

Em outro revés para os rebeldes, um importante líder militar rebelde morreu durante a madrugada em um hospital da Turquia em decorrência de ferimentos sofridos durante um bombardeio aéreo contra a cidade síria de Aleppo. Abdelqader Saleh, líder das Brigadas Al Tawhid, milícia sunita apoiada pelo Catar, vinha se empenhando em reagrupar os combatentes rebeldes nessa cidade, a maior da Síria.

O Tawhid anunciou em nota a morte de seu líder. Fontes locais descreveram Saleh, um ex-comerciante, como uma figura popular e um muçulmano moderado, que havia tentado conciliar outros grupos rebeldes com a facção islâmica Estado Islâmico no Iraque e no Levante, uma "filial" local da Al Qaeda.

Um ativista de oposição em Aleppo disse, sob anonimato, que Saleh "era um islamita moderado carismático, com popularidade em Aleppo". Por isso, "sua morte será um presente" para o Estado Islâmico.

Outro grupo oposicionista, a Comissão Geral da Revolução Síria, disse que houve intensos combates na segunda-feira no bairro de Suleiman al Halabi, em Aleppo, onde quatro soldados do governo foram mortos, e na frente de Naqqarin, na zona leste.

Os relatos do campo de batalha são difíceis de verificar, porque o acesso às frentes de combate é restrito e perigoso.

Violentos bombardeios também atingiram Qara, 80 quilômetros ao norte de Damasco, nos montes Qalamoun, enquanto os rebeldes se escondiam no terreno rochoso, segundo refugiados e fontes da oposição. Essa região, próxima à rodovia que liga Damasco a Aleppo, vem sendo usada por rebeldes que se infiltram do Líbano no país.

O Conselho Dinamarquês para Refugiados, que opera na fronteira entre Síria e Líbano, disse que estimativas preliminares indicam que 10 a 12 mil sírios fugiram dos bombardeios desde sexta-feira. Centenas deles faziam fila sob a garoa gelada na segunda-feira na localidade fronteiriça libanesa de Arsal.

A imposição do controle sobre a área ajudaria o governo a conectar Damasco à costa mediterrânea, o que pode ser uma rota importante para a retirada de armas químicas da Síria, conforme um acordo firmado em outubro.

Após sofrerem muitas derrotas no começo da guerra civil síria, que teve início em 2011 e já matou 100 mil pessoas, as forças de Assad assumiram a ofensiva neste ano. Além disso, a situação diplomática do presidente melhorou significativamente desde que EUA e Rússia selaram o acordo para a eliminação do arsenal químico sírio, evitando assim uma ação militar norte-americana.

Há apenas um ano, governos ocidentais previam que Assad seria rapidamente derrubado. Agora, os rebeldes na prática já perderam as esperanças de que possam ser ajudados por ações aéreas ocidentais, como a operação da Otan que derrubou o regime de Muammar Gaddafi na Líbia em 2011.

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