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O Exército chileno se comprometeu a suspender um desconto mensal na folha salarial de todos os seus componentes para financiar a defesa de militares processados por violações dos direitos humanos na ditadura de Augusto Pinochet, informou nesta quarta-feira o ministro da Defesa José Goñi.

Os descontos, de 0,23% do salário mensal, são destinados a um fundo comum, com o qual são pagas as remunerações dos advogados que defendem cerca de 500 militares processados ou que atualmente cumprem pena.

O ministro Goñi explicou que o Chefe do Exército, general Oscar Izurieta, já adiantou que estão sendo adotadas as medidas dentro da instituição para concretizar esta iniciativa.

"Tenho ressaltado que estão sendo tomadas as medidas internas para suspender a coleta deste fundo da instituição, e que os civis ou militares que desejarem colaborar com este tipo de fundo, que o façam de forma privada", disse o ministro.

Os descontos seriam suspensos "o mais breve possível", afirmou Goñi.

Não se sabe publicamente a quanto chega a contribuição total dos membros do Exército, mas segundo estimativas do senador socialista Jaime Naranjo, seria uma "soma considerável".

A questão do financiamento das defesas para os militares recebeu maior destaque, depois que o general Eduardo Iturrriaga se rebelou contra uma decisão da Justiça, rejeitando a condenação de que era objeto pelo seqüestro em 1974 de um estudante, militante da esquerda.

O militar, que permanece na clandestinidade, era defendido por um advogado pago com os descontos da folha salarial dos militares do Exército.

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