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A China acusou hoje o líder tibetano exilado Dalai Lama de ter se aliado à alas da direita do Japão na disputa por ilhas entre os dois países e de incentivar uma onda de suicídios entre os tibetanos.

Para os japoneses, as ilhas se chamam Senkaku, enquanto os chineses as conhecem por Diaoyu. Em setembro, o governo do Japão nacionalizou algumas dessas ilhas, o que gerou violentos protestos em toda a China.

"O líder espiritual tibetano usou o nome japonês de ilhas que são reivindicadas tanto por Japão quanto por China, o que mostra sua natureza reacionária e sua determinação de dividir a China sob pretextos religiosos", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hong Lei.

"Para alcançar seus objetivos separatistas, ele se aliou à direita japonesa. O povo chinês o despreza por esse ato. Nos opomos firmemente a qualquer país que providencie um palco para ele", acrescentou.

Após a nacionalização de parte das ilhas pelo Japão, a relação entre os dois países ficou estremecida. A Marinha chinesa tem enviado patrulhas constantes às ilhas inabitadas.

Hong também falou que os comentários de Dalai Lama sobre o governo chinês incentivaram novos suicídios de tibetanos, que protestam contra o domínio da China sobre seu território. O líder exilado havia dito que as autoridades chinesas "falharam em investigar as causas do desespero e da falta de esperança dos tibetanos, que os levam a tirar suas próprias vidas".

"Não apenas o Dalai não condenou os suicídios, como os glorificou. Eles são contra as leis da China e contra seus próprios princípios religiosos", declarou Hong.

Dalai Lama fugiu para a Índia em 1959, depois de uma revolta tibetana contra o domínio chinês. Ele nega que esteja lutando pela independência do Tibete, dizendo que apenas deseja maior autonomia para os tibetanos e que sua cultura tradicional budista seja respeitada.

Imolações

Hoje, mais um monge tibetano ateou fogo ao próprio corpo, em protesto contra o governo chinês. O fato aconteceu na província de Qinghai, noroeste da China.Ainda não há informações sobre seu estado de saúde. O caso do monge foi o oitavo nos últimos sete dias. As imolações acontecem em meio ao Congresso do Partido Comunista chinês, que prepara a transição de poder no país.

Nyingkar Tashi, de 24 anos, tentou se matar na segunda-feira, às 15h30 locais (5h30 de Brasília), segundo a agência de notícias tibetana Phayul.

Além do fim do domínio chinês sobre seu território, os tibetanos dizem desejar a volta do líder Dalai Lama ao país. Ao menos quatro pessoas já morreram na última semana, como consequência das imolações.

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