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Chineses da etnia han correm das forças de segurança chinesa em Urumqi, capital da província de Xinjiang, na China | Nir Elias / Reuters
Chineses da etnia han correm das forças de segurança chinesa em Urumqi, capital da província de Xinjiang, na China| Foto: Nir Elias / Reuters

O governo da província de Xinjiang, noroeste da China, atribuiu os ataques com seringas registrados nas duas últimas semanas a grupos separatistas interessados em promover "distúrbios sociais", criar uma atmosfera de "terror" e promover o "ódio" e o "antagonismo étnico" na região.Pelo menos cinco pessoas morreram e 14 ficaram feridas nos protestos desta quinta de chineses da etnia han em Urumqi, capital da província. Eles saíram nesta sexta novamente às ruas para exigir mais segurança e a repressão de muçulmanos uigures, apontados como responsáveis pelos ataques. Os manifestantes também pediam a renúncia do secretário-geral do Partido Comunista em Xinjiang, Wang Lequan, e foram dispersados com gás lacrimogêneo.

Identificado com a linha dura do partido, Wang está há 14 anos no poder e sobreviveu no cargo mesmo depois que a província registrou em 5 de julho um dos mais graves conflitos étnicos da história da China, que provocou a morte de pelo menos 197 pessoas.

Editorial publicado hoje no jornal oficial Diário de Xinjiang sustentava que os recentes ataques com seringas foram planejados por grupos "hostis" interessados em "destruir a vida calma e feliz" da população. "Quando pessoas inocentes são feridas de novo, quando a preocupação e o pânico emergem novamente, nos enchemos de cólera contra os inimigos", diz o texto.

De acordo com a polícia, 531 pessoas - a maioria da etnia han - procuraram hospitais na província nas duas últimas semanas para dizer que haviam sido atingidas por seringas.

Dos que denunciaram agressões, 106 tinham sinais de ataques com agulhas. O governo ressaltou que ninguém havia apresentado até agora sintomas de doenças ou contaminação por substâncias químicas.

O governo provincial divulgou nesta sexta-feira que 825 pessoas continuam detidas sob suspeita de participar dos confrontos étnicos de julho em Xinjiang. Dos detidos, 196 tiveram sua prisão formalmente aprovada, 51 dos quais deverão ser julgados em breve.

A polícia também enviou mensagens de texto à população com a informação de que 21 suspeitos de participar dos recentes ataques com seringas haviam sido detidos.

Com a proximidade do aniversário de 60 anos da Revolução Comunista, no dia 1º, Pequim enfrenta dificuldades para apresentar ao mundo a imagem de "sociedade harmônica" propagada pelo presidente Hu Jintao.

Muçulmanos uigures, os primeiros moradores da região de Xinjiang, consideram-se excluídos em seu próprio país e dizem enfrentar restrições para o exercício de sua religião e o uso de sua língua. Os uigures são 45% da população de Xinjiang e os han, 41%.

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