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Um batalhão de infantaria de uma brigada sob o comando militar do Exército chinês de Xizang realiza exercícios coordenados de infantaria e tanques| Foto: Reprodução/ChinaNews

O exército da China anunciou nesta terça-feira (16) que realizou um exercício militar na região montanhosa do Tibet. Embora não tenha informado a data exata em que as simulações ocorreram, o anúncio vem em um momento em que as tensões na fronteira com a Índia resultaram em um confronto físico entre soldados de ambos os países, levando à morte de 20 indianos.

De acordo com o South China Morning Post, o exercício simulou a remoção das posições fortificadas do inimigo usando uma operação conjunta com uma brigada, com cerca de 7 mil soldados da região do Tibet, em um platô de 4.700 metros de altitude. Foram usados no exercício artilharia, mísseis, aviação, técnicas de guerra eletrônica, engenharia e forças especiais, tanques e drones, segundo anunciou a imprensa estatal.

O local do treinamento, nas Montanhas Nyenchen Tanglha, fica a 1.000 quilômetros do Vale Galwan, onde ocorreu o confronto com as tropas indianas. De acordo com o SCMP, a região de Aksai Chin, administrada pela China e palco do conflito com os indianos, é guardada pela região militar de Xinjiang, que, assim como a região militar do Tibet, faz parte do Comando de Teatro Ocidental do exército chinês.

"No treinamento, nossas forças superaram o ambiente hostil, coordenaram e integraram forças aéreas e terrestres em módulos, aplicaram as táticas de ataque conjunto em toda a área e penetração tridimensional para assumir o controle, combinando o bombardeio de artilharia com precisão, bem como reconhecimento e ataque de drones", disse o comandante da brigada, Zhang Jialin. As imagens do treinamento podem ser vistas neste vídeo da emissora estatal chinesa CCTV, publicado na rede social chinesa Weibo.

Disputa com a Índia

Sobre o confronto com as tropas indianas no Vale Galwan, nesta segunda-feira, a China não relatou nenhuma vítima. O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Li, culpou a Índia pelo encontro fatal e disse que o país vizinho "não deve fazer cálculos errados sobre a situação" e que "não deve subestimar a determinação da China em manter sua integridade territorial''.

"A China novamente expressa forte protesto à Índia e exige que o lado indiano inicie uma investigação completa … e interrompa todas as ações provocativas para garantir que as mesmas coisas não voltem a acontecer", afirmou Wang nesta quarta-feira, alegando que as tropas indianas ultrapassaram a Linha do Controle Real, que demarca a fronteira entre os dois gigantes asiáticos na região. Logo depois ele afirmou que "ambos os lados devem resolver a disputa através do diálogo e manter a fronteira segura e tranquila".

Em um discurso televisionado nesta quarta-feira (17), o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, disse que seu governo não quer lutar, mas que está preparado caso seja necessário.

"Eu gostaria de garantir ao país que o sacrifício de nossos soldados não será em vão ... Para nós, a unidade e a integridade do país são as mais importantes. A Índia quer paz, mas é capaz de dar uma resposta se for provocada", disse Modi.

O primeiro-ministro vinha sendo pressionado para dar uma declaração sobre o caso. Protestos ocorreram na Índia nesta terça-feira, com manifestantes queimado imagens do presidente Xi Jinping e da bandeira nacional da China.

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