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Um confronto numa delegacia de polícia da região chinesa de Xinjiang, com saldo de pelo menos quatro mortos, foi qualificado na terça-feira como "atentado terrorista" pelas autoridades, enquanto um grupo da etnia uigur no exílio acusou a polícia de atirar em manifestantes pacíficos.

A polícia da cidade de Hotan, no deserto de Xinjiang, "abateu a tiros" várias pessoas que atacaram a delegacia, no mais grave incidente na região em cerca de um ano, segundo relato da agência estatal de notícias Xinhua.

Mas o Congresso Mundial Uigur, com sede na Alemanha, contestou o relato oficial, dizendo que 20 uigures foram mortos - 14 espancados, e 6 a tiros - e que 70 foram detidos. Segundo a versão da entidade, a polícia abriu fogo contra um protesto pacífico, levando a um confronto entre ambos os lados.

Os dois relatos não puderam ser verificados de forma independente na terça-feira.

Pequim costuma acusar grupos separatistas de Xinjiang pelos eventuais ataques a delegacias e outros alvos públicos, acusando-os de trabalharem com a Al Qaeda ou com militantes da Ásia Central para criar um Estado independente chamado Turquestão do Leste.

Os uigures são um grupo étnico muçulmano que fala um idioma similar ao turco. Nas últimas décadas, por causa da intensa migração de chineses de outras regiões, eles se tornaram minoritários na sua própria região.

"É certo que foi um ataque terrorista", disse por telefone à Reuters a chefe do escritório regional de informações, Hou Hanmin. "Mas, quanto a qual organização está por trás disso, ainda estamos investigando. O número de mortos e vítimas será anunciado em breve."

Ao tabloide em inglês Global Times, ligado ao Partido Comunista Chinês, Hou disse que os manifestantes "portavam explosivos e granadas". "Eles primeiro invadiram os escritórios da administração local de indústria e comércio e os departamento de tributação, que são perto da delegacia. Eles feriram duas pessoas lá", disse Hou ao jornal.

"Quando perceberam que os alvos estavam errados, começaram a atacar a delegacia a partir do térreo e até o segundo andar, onde mostraram uma bandeira com mensagens separatistas."

Ainda segundo a versão dela, os invasores incendiaram o prédio antes de matarem reféns durante um confronto com policiais armados.

A TV estatal disse que entre os mortos há dois reféns, um policial e um segurança, além de vários dos invasores. Seis reféns teriam sido libertados.

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