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A China, não o Dalai Lama, é a verdadeira guardiã da cultura do Tibete, disse o governo chinês nesta quinta-feira, rejeitando a crítica de que seu domínio dessa região equivalha a uma aniquilação cultural.

Pequim apresentou seu argumento em um documento divulgado nesta quinta-feira, reunindo estatísticas sobre alfabetização, educação e religião para argumentar que o Tibete desfrutou um renascimento cultural desde que o Partido Comunista chinês assumiu o controle a partir de 1950.

O líder espiritual exilado do Tibete, o Dalai Lama, que disse que a China pode estar perpetrando "genocídio cultural" em sua terra natal, é a verdadeira fonte da destruição cultural, diz o documento.

"Os fatos provam que o 14º Dalai Lama e sua turma são os representantes e guardiões da cultura atrasada do velho Tibete", afirma o documento, que foi entregue aos repórteres.

O governo e a administração chinesa no Tibete "são aqueles que realmente protegem e desenvolvem a cultura tibetana".

Pequim divulga esse tipo de documento para esclarecer suas políticas sobre assuntos controversos. Sua última saraivada na batalha verbal com o Dalai Lama certamente provocará uma rejeição contundente de seus críticos.

Eles apontam a destruição de monastérios budistas no Tibete em décadas passadas, políticas atuais que procuram controlar monges e a crescente presença de chineses da etnia Han e sua influência na capital Lhasa e em outras partes da região.

Durante os atritos e protestos que irromperam através do Tibete em março, o Dalai Lama disse que Pequim pode estar perpetrando "genocídio cultural" deliberado na região.

"Intencionalmente ou não, em algum lugar ele está acontecendo," disse ele.

Mas a China culpa o Dalai Lama e as pessoas que o rodeiam pelos protestos anti-China que perseguiram a passagem da tocha olímpica. Em seu documento branco, o governo sustenta a tese de que seu apoio tem sido um incentivo à cultura tibetana tradicional.

A alfabetização tanto no Tibete quanto na China cresceu surpreendentemente; os tibetanos podem usufruir de televisão, rádio, livros e revistas em seu próprio idioma e a liberdade religiosa é respeitada, diz o documento.

Os simpatizantes do Dalai Lama "conspiram para forçar a etnia tibetana e sua cultura a estagnar e permanecer em um estado parecido à Idade Média, de fato a se tornar fósseis vivos," diz.

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