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Mulher caminha com criança em bairro étnico uigur em Aksu, na região de Xinjiang, 11 de setembro de 2019. China diz que “erradicação do extremismo” levou a quedas de natalidade
Mulher caminha com criança em bairro étnico uigur em Aksu, na região de Xinjiang, 11 de setembro de 2019. China diz que “erradicação do extremismo” levou a quedas de natalidade| Foto: HECTOR RETAMAL / AFP

A embaixada da China nos Estados Unidos afirmou que as mulheres uigures que foram detidas em campos de "reeducação" na província chinesa de Xinjiang foram "emancipadas" e deixaram de ser "máquinas de fabricar bebês".

"Estudo mostra que com o processo de erradicar o extremismo, as mentes das mulheres uigures em Xinjiang foram emancipadas e os seus direitos de igualdade de gênero e de saúde reprodutiva foram promovidos, fazendo com que elas deixassem de ser máquinas de fabricar bebês", disse a embaixada chinesa nos EUA em seu perfil no Twitter na quinta-feira (7).

A publicação recebeu mais de 9 mil comentários, incluindo muitos que pediram que o Twitter (que é proibido na China) remova o post ou coloque um alerta para que os usuários verifiquem as informações. Apesar das críticas, a rede social não etiquetou ou removeu o conteúdo até o momento.

O artigo que acompanha a postagem da embaixada chinesa, publicado em site de notícias estatal, relata as conclusões de um estudo conduzido por pesquisadores de Xinjiang que alega que a "erradicação do extremismo religioso" deu mais autonomia às mulheres da minoria muçulmana para decidir quando querem ter filhos.

Com isso, o artigo pretende rejeitar as acusações de que as quedas na taxas de natalidade e do aumento populacional natural entre a minoria muçulmana na região chinesa tenham ocorrido por causa de esterilização forçada.

A perseguição do Partido Comunista da China contra a minoria muçulmana já é bastante conhecida, especialmente depois da publicação de documentos e reportagens em 2019 sobre os "campos de reeducação", onde milhares de uigures são detidos e obrigados a abandonar suas crenças e seguir a cartilha do governo comunista.

Em junho do ano passado, um estudo alemão com dados do governo chinês e uma reportagem da Associated Press com dezenas de entrevistados uigures revelaram como a China usa métodos de controle de natalidade forçados e até abortos para diminuir a população uigur na província de Xinjiang, no noroeste do país.

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