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Ministra adjunta dos Negócios Estrangeiros da China, Hua Chunying, fala durante uma coletiva de imprensa no Ministério dos Negócios Estrangeiros em Pequim, China, 3 de agosto de 2022.
Ministra adjunta dos Negócios Estrangeiros da China, Hua Chunying, fala durante uma coletiva de imprensa no Ministério dos Negócios Estrangeiros em Pequim, China, 3 de agosto de 2022.| Foto: EFE/EPA/MARK R. CRISTINO

A China anunciou nesta sexta-feira (05) oito medidas em protesto pela viagem da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan, incluindo a suspensão da cooperação bilateral em diversas áreas.

Os chineses suspenderam a cooperação sobre repatriação de imigrantes ilegais, a assistência judicial criminal, o controle de drogas, o combate ao crime transnacional e conversas sobre a luta dos dois países contra a mudança climática.

O Ministério das Relações Exteriores chinês também informou o cancelamento das ligações telefônicas entre os líderes dos comandos militares e das reuniões de trabalho entre as pastas de Defesa das duas potências e as do Mecanismo de Consulta de Segurança Marítima Militar.

A Chancelaria chinesa anunciou, além disso, sanções contra Pelosi e seus familiares mais próximos por "desconsiderar a preocupação e forte oposição da China" à sua viagem a Taiwan e por "minar a soberania e a integridade territorial" do país asiático.

A pasta não deu detalhes específicos sobre as sanções, mas acusou Pelosi, que visitou Taiwan na última quarta-feira (03), apesar dos protestos de Pequim, de "interferir nos assuntos internos da China" e "ameaçar a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan".

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse nesta sexta-feira (05) que os exercícios militares da China contra Taiwan, incluindo mísseis disparados contra a zona econômica exclusiva do Japão, representam uma “escalada significativa” e que ele pediu a Pequim que recue.

Blinken também destacou que a visita de Pelosi foi pacífica e não representou uma mudança na política americana em relação a Taiwan, acusando a China de usá-la como "pretexto para aumentar a provocação atividade militar dentro e ao redor do Estreito de Taiwan”.

Na semana passada, quando a visita de Pelosi era apenas uma possibilidade levantada pela imprensa americana, os presidentes de China e EUA, Xi Jinping e Joe Biden, tiveram uma conversa telefônica na qual o líder chinês pediu ao americano para "não brincar com fogo" em Taiwan.

Nas últimas 48 horas, a China, que classificou a viagem de Pelosi como "farsa" e "traição deplorável", respondeu com exercícios militares em larga escala no Estreito de Taiwan e sanções econômicas contra alguns produtos da ilha.

As manobras militares, que incluíram fogo real e o lançamento de mísseis de longo alcance, foram descritos nesta sexta-feira pelo presidente taiwanês, Tsai Ing-wen, como "um ato irresponsável".

A China reivindica a soberania sobre Taiwan e a considera uma província rebelde desde que o partido nacionalista Kuomintang, que estava no poder em Pequim, se estabeleceu na ilha em 1949, após perder a guerra civil contra os comunistas.

Taiwan é também um grande ponto de discórdia entre a China e os Estados Unidos, especialmente porque Washington é o principal fornecedor de armas da ilha e seria seu maior aliado militar em caso de guerra com Pequim.

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