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Mudanças genéticas características ocorrem em células acometidas pelo tipo mais comum de câncer pediátrico, promovendo a reincidência da doença, segundo estudo publicado na revista Science na quinta-feira.

Os cientistas encontraram as principais diferenças genéticas nas células cancerosas de crianças com a leucemia linfoblástica aguda (ALL, na sigla em inglês), comparação sua situação logo após o primeiro diagnóstico e após uma reincidência.

A leucemia é um câncer do sangue e da medula óssea. A maioria das crianças diagnosticadas é curada, mas entre as que têm reincidências só 30 por cento sobrevivem.

As mudanças genéticas nos pacientes reincidentes normalmente afetam o maquinário biológico envolvido nas células-B (células brancas do sangue) e nos genes de supressão do tumor, segundo os pesquisadores.

Raramente as mudanças afetam os genes diretamente envolvidos na reação aos medicamentos contra o câncer, segundo os cientistas.

"Para desenvolvermos novos tratamentos mais seletivos e menos tóxicos contra a leucemia, temos de ter uma compreensão completa de todas as mudanças genéticas que contribuem com a leucemia e com este tipo de recidiva", disse Charles Mullighan, do Hospital Infantil de Pesquisas Saint Jude, de Memphis (Tennessee), um dos participantes do estudo.

"Localizamos (as alterações) em certos caminhos celulares que são importantes", disse Mullighan por telefone.

A esperança dos cientistas é que, identificando a predisposição genética à reincidência, seja possível criar drogas que impeçam o processo.

Os pesquisadores compararam os genomas das células cancerosas de 61 crianças com ALL na época do primeiro diagnóstico e da reincidência.

"A principal descoberta do nosso trabalho é que na maioria dos casos a reincidência surge de uma célula que já estava presente na época do diagnóstico", disse James Downing, também do Saint Jude, em nota. "Essa célula é selecionada durante o tratamento e aí subsequentemente emerge como a base para a reincidência."

Os pesquisadores sugeriram que há uma célula ancestral da leucemia, que dá origem à célula que causa a doença inicial, e a outra célula que posteriormente pode ser a célula recidiva, ainda mais letal.

Mullighan disse que em todo mundo a cura para a leucemia ALL supera 80 por cento, mas que talvez 20-25 das crianças com ALL sofram reincidências.

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