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Nosso velho conhecido pode aceitar memórias falsas. | Daniel Castellano / Gazeta do Povo
Nosso velho conhecido pode aceitar memórias falsas.| Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo

O prazer de ler, todo mundo compreende. O que ninguém nunca soube explicar é de que forma isso acontece na cabeça das pessoas. Com a participação de pesquisadores brasileiros, a ciência conseguiu, pela primeira vez, fazer o mapa da leitura no cérebro humano.

Cientistas afirmam que, para cada sentido, para cada função, o cérebro reservou uma área. A região da audição, por exemplo, é acima da orelha. A da visão, atrás da cabeça. Mas, para a leitura, o cérebro ainda não teve tempo de desenvolver uma região específica. "A escrita tem cinco mil anos. Considerando o desenvolvimento da espécie humana, é muito recente", explica a neurocientista do Hospital Sarah, Lúcia Braga.

Neurocientistas do Hospital Sarah, de Brasília, e do Centro Neurospin, de Paris, descobriram que o cérebro junta as regiões da linguagem e da visão para proporcionar a leitura. O neurocientista francês Stanislas Dehaene afirma que o lado esquerdo do cérebro é ativado durante a leitura, precisamente atrás da orelha. A descoberta foi feita ao se submeter estímulos visuais dois grupos de pessoas examinadas pela máquina de ressonância magnética: alfabetizados e analfabetos.

"As pessoas alfabetizadas, ao lerem, elas ativam esse circuito. E as pessoas analfabetas, ao serem expostas a letras, não ativam esse circuito", relata a neurocientista.

Ela afirma que saber exatamente como o cérebro aciona a leitura abre novas possibilidades para a medicina. "Por exemplo, no diagnóstico da dislexia, no tratamento de pessoas que tiveram traumatismo craniano. O descobrir, desvendar os mistérios do cérebro é uma coisa fantástica e é um passo para o desenvolvimento".

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