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Após uma queda drástica na criminalidade, que havia aumentado as esperanças de paz na cidade conhecida por abrigar o maior cartel de drogas do mundo, Medellín, na Colômbia, está novamente em guerra.

O índice de homicídios da cidade dobrou desde a extradição em 2008 do principal chefão do crime local, conhecido como Don Berna, que deixou um vácuo de poder no tráfico de drogas.

"Quando o chefe estava aqui, tínhamos apoio"" disse um criminoso à Reuters sob a condição de anonimato. "A diferença agora é que não há apoio, então temos de nos cuidar, e cada mudança (nas alianças) causa mortes".

A disputa para controlar as estreitas ruas dos bairros montanhosos da cidade envolve várias quadrilhas novas, lideradas por antigos membros da milícia de direita que se "desmobilizou" por causa do plano de paz do governo.

A violência revela falhas na elogiada política de segurança do presidente Álvaro Uribe, enquanto ele flerta com a possibilidade de concorrer a um terceiro mandato no ano que vem.

Uribe continua popular, mas a euforia inicial com o processo de paz não durou em Medellín, cidade natal do presidente. O Instituto Médico Legal local registrou mais de 1.500 homicídios só neste ano, mais do que o dobro no mesmo período de 2008.

A polícia corre de uma cena de crime para outra, em sua maioria em áreas pobres, situadas a uma distância segura dos bairros ricos que ainda atraem investimento e não são afetados pelos distúrbios. Centenas de criminosos foram presos, mas a pobreza e a fascinação pelo dinheiro fácil garantem novos recrutas.

Enquanto as rotas internacionais do tráfico são pressionadas por medidas restritivas mais duras, os traficantes vendem cada vez mais a consumidores locais.

"O mercado externo está sendo fechado para nós", disse o líder de uma quadrilha. "Aí, para quem vamos vender a cocaína? Nas ruas. Pelo que estamos brigando? Pelo controle dessas ruas".

Nos anos 1980 Medellín era conhecida como um dos lugares mais perigosos da Terra, enquanto Pablo Escobar dirigia um exército de homens a quem pagava 2 mil dólares para cada policial que matassem.

Ele foi morto a tiros pela polícia em 1993 e as medidas de segurança de Uribe trouxeram novas melhorias à cidade nos últimos anos, mas a nova onda de violência mostra como é difícil vencer a guerra contra as drogas.

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