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Manifestantes protestam contra proposta de reforma tributária do presidente colombiano Iván Duque, em Bogotá, 28 de abril
Manifestantes protestam contra proposta de reforma tributária do presidente colombiano Iván Duque, em Bogotá, 28 de abril| Foto: JUAN BARRETO / AFP

Milhares de manifestantes foram às ruas das principais cidades da Colômbia nesta quarta-feira (28) durante uma greve nacional em protesto à proposta de reformas tributárias do governo do presidente Iván Duque. Na capital Bogotá, houve choques entre a polícia e manifestantes.

Os protestos foram realizados apesar do apelo das autoridades e da ordem de um tribunal para que eles fossem adiados, por preocupação com uma nova onda de contágios de Covid-19 que tem sobrecarregado os hospitais do país sul-americano. A Colômbia registrou 490 mortes pela doença nas últimas 24 horas, o número mais alto número de desde o início da pandemia.

O governo colombiano propõe o aumento e a criação de novos impostos, para indivíduos e empresas, e também a redução ou eliminação da isenção de alguns impostos, incluindo sobre venda de produtos.

A proposta foi apresentada aos parlamentares na semana passada e precisará do aval do congresso. O plano original pretendia levantar o equivalente a US$ 6 bilhões, ou 2% do PIB da Colômbia. Mas, nesta quarta-feira, o Ministério das Finanças anunciou que o governo reduziu a meta que pretende alcançar com as reformas para entre US$ 4,8 bilhões e US$ 5,4 bilhões, com a intenção de facilitar o consenso entre os parlamentares.

Sindicatos de trabalhadores, professores, organizações civis, representantes de povos indígenas e outros setores rejeitam a proposta, dizendo que as reformas propostas prejudicam a classe média e não são adequadas em meio à crise provocada pela pandemia de coronavírus.

O presidente Iván Duque rechaçou os atos de violência ocorridos no dia de hoje. Ele disse que o governo nacional compreende o direito da população de protestar, mas ressaltou que "também o que vimos hoje em muitos lugares é vandalismo criminal, é atentar contra a infraestrutura, contra os negócios e outras pessoas, contra os meios de comunicação".

  • Manifestantes protestam contra proposta de reforma tributária do presidente colombiano Iván Duque, em Bogotá, 28 de abril
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  • Manifestantes entram em choque com a polícia em protesto contra proposta de reforma tributária do presidente colombiano Iván Duque, em Bogotá, 28 de abril
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  • Manifestantes entram em choque com a polícia em protesto contra proposta de reforma tributária do presidente colombiano Iván Duque, em Bogotá
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  • Manifestantes entram em choque com a polícia em protesto contra proposta de reforma tributária do presidente colombiano Iván Duque, em Bogotá, 28 de abril
  • Manifestantes entram em choque com a polícia em protesto contra proposta de reforma tributária do presidente colombiano Iván Duque, em Bogotá, 28 de abril
  • Manifestantes entram em choque com a polícia em protesto contra proposta de reforma tributária do presidente colombiano Iván Duque, em Bogotá, 28 de abril
  • Manifestantes entram em choque com a polícia em protesto contra proposta de reforma tributária do presidente colombiano Iván Duque, em Bogotá, 28 de abril
  • Manifestante em confronto com policial em protesto contra proposta de reforma tributária do presidente colombiano Iván Duque, em Bogotá, 28 de abril

Bogotá, o epicentro dos protestos desta quarta-feira, registrou tumultos e confrontos. A polícia de choque precisou intervir para impedir a tentativa de um grupo de encapuzados de invadir a sede de um canal de televisão, segundo a Secretaria de Governo. As manifestações e alguns enfrentamentos continuavam por volta das 18 horas, poucas horas antes do toque de recolher, segundo a imprensa local.

Em Cali, cidade a sudoeste de Bogotá, houve tumultos e ônibus queimados. O ministro da Defesa, Diego Molano Aponte, ordenou nesta tarde que o exército desse apoio à polícia para conter os "atos de violência". Foram enviados para a cidade 554 agentes adicionais da Polícia Nacional; 300 da Esmad (polícia de choque); e 450 soldados do Exército, que terão a missão de "garantir a segurança dos cidadãos, das entidades públicas e do comércio local", segundo o ministro. A cidade impôs um toque de recolher às 13 horas.

"Seguem a presença e os dispositivos da nossa força pública, tanto Polícia quanto Exército e Força Aérea principalmente; 45.500 homens acompanhando o desenvolvimento das mobilizações que estão sendo feitas pacificamente", disse Molano.

Também em Cali, indígenas derrubaram a estátua de Sebastián de Belalcázar, um conquistador espanhol do século 16. Um porta-voz dos manifestantes disse à imprensa que o monumento foi derrubado em repúdio à violência sofrida historicamente pelos povos indígenas.

Em Medellín, segunda maior cidade colombiana, as manifestações duraram quase oito horas e terminaram quando a polícia de choque disparou gás de lacrimogêneo para dispersar a multidão. Momentos antes, um grupo tentou derrubar postes com câmeras usadas para detectar infrações de trânsito na cidade, segundo a imprensa local.

Em 2019, colombianos foram às ruas em uma série de grandes protestos contra políticas econômicas e sociais do governo de Iván Duque, que deixa a presidência no ano que vem.

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