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Rebekah Brooks, ex-editora do jornal "News of the World" chega para o julgamento | Reuters/Neil Hall
Rebekah Brooks, ex-editora do jornal "News of the World" chega para o julgamento| Foto: Reuters/Neil Hall

A ex-editora de um jornal britânico de Rupert Murdoch e o ex-chefe de comunicação do primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, começaram a ser julgados nesta segunda-feira (28) por envolvimento num escândalo de escutas telefônicas por parte de veículos de comunicação, num dos principais casos judiciais do país nos últimos anos.

Rebekah Brooks e Andy Coulson, ambos ex-editores do extinto tabloide News of the World, são acusados de conspirar para acessar ilegalmente mensagens de voz de celulares pertencentes a políticos, ricos, famosos, vítimas de crime e cidadãos comuns para obter notícias exclusivas.

Os dois, que estão sendo julgados com outros seis réus, negam todas as acusações.

O escândalo repercutiu em todo o establishment britânico e abalou o império de mídia de Murdoch, a News Corp.

O caso revelou as estreitas relações entre os barões da mídia, chefes de polícia e políticos do alto escalão. O setor da imprensa ainda está em conflito com o governo de Cameron pelo modo como deve ser regulado.

"Este julgamento se refere a alegações de conduta criminosa nos jornais News of the World e The Sun, que precederam o fechamento do News of the World", disse o juiz John Saunders, quando se iniciava a seleção do júri.

"É um caso importante. O julgamento que estamos para iniciar levará um considerável período de tempo. Estima-se que o caso poderá se estender até a Páscoa."

Desde que os órgãos responsáveis iniciaram uma investigação em janeiro de 2011, mais de 125 pessoas foram presas e mais de 40 foram indiciadas.

Os mais proeminentes são Coulson, de 45 anos, e Rebekah, também de 45, uma grande amiga de Cameron. Coulson esteve no casamento dela em 2009, ao lado do então primeiro-ministro Gordon Brown.

Rebekah foi a primeira mulher a ocupar o cargo de editor no Sun, jornal campeão de vendas de Murdoch, e depois ascendeu ao cargo de diretora da News International, o ramo britânico de jornais da News Corp's, quando o furor sobre o escândalo das escutas telefônicas levou à renúncia dela.

Coulson, que havia deixado o News of the World em 2007, foi chefe de comunicação de Cameron até renunciar em 2011, alegando que a questão vinha desviando atenções no governo.

Os dois foram detidos em julho de 2011 e posteriormente indiciados por conspiração para interceptar comunicações ilegalmente.

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