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Para Amorim, “se houve uma irregularidade (no contrato), ela não foi praticada pelo BNDES” | Evaristo Sá/ AFP
Para Amorim, “se houve uma irregularidade (no contrato), ela não foi praticada pelo BNDES”| Foto: Evaristo Sá/ AFP

Negociações da Petrobras permanecem

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou ontem que a empresa continua mantendo conversas com o Equador e com o presidente Rafael Correa. "As conversas continuam. Continuamos tendo negociações", disse o executivo. A declaração vem depois das constantes ameaças do presidente equatoriano de "expulsar" empresas brasileiras instaladas no país, como Odebrecht e Petrobras. Correa afirmou interesse em nacionalizar as atividades da petrolífera no Equador, o que tornaria a Petrobras uma prestadora de serviços. Gabrielli não comentou se aceitaria permanecer no país nessas condições, nem sobre uma possível indenização para a empresa. O executivo confirmou apenas que o plano de investimentos da Petrobras referente ao período de 2009 a 2013 deve sair ainda neste ano.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, admitiu ontem que a relação comercial entre Brasil e Equador será cortada caso o presidente Rafael Correa cumpra suas ameaças de não pagar a dívida de quase US$ 200 milhões feita com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "Então vai acabar o comércio, porque o empréstimo é lastreado no Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos (CCR ). Eu não entendo como deixar de pagar, porque a garantia do CCR é uma garantia comercial", declarou Amorim. "Se houve uma irregularidade (no contrato), ela não foi praticada pelo BNDES", completou.

O governo equatoriano começou a divulgar a intenção de calote desde que estouraram os problemas com a Hidrelétrica de San Francisco. O motivo alegado é que o crédito teria sido concedido à construtora brasileira Odebrecht, que realizou a obra, e não ao Estado equatoriano. A proposta de calote já havia sido anunciada por Correa em setembro, e ontem o secretário Nacional Anticorrupção do Equador, Alfredo Vera, reafirmou que o governo equatoriano não vai pagar o empréstimo.

O chanceler Amorim defendeu que é preciso diferenciar "paciência" e "complacência". "O que é que você quer que eu faça? Que eu invada o Equador? Temos de ter paciência, temos interesse em manter boas relações com o Equador. Agora, a paciência também num determinado momento, não estou dizendo que a gente perde a paciência, mas a gente não pode confundir paciência com complacência", disse. Ontem o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que não há "clima" para retomar os projetos de cooperação com o Equador depois da expulsão da Odebrecht. "Tudo na vida tem limites, se o governo brasileiro atua como amigo e recebe hostilidade deve haver uma reação e firmeza", declarou.

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