A Comissão Eleitoral do estado da Geórgia, nos Estados Unidos, aprovou nesta sexta-feira (20) uma norma que exige a contagem manual dos votos em todos os condados deste estado do sul do país, que será fundamental nas eleições presidenciais de 5 de novembro.
A regra foi aprovada com placar de três votos a favor e dois contra. De acordo com o texto da nova regra, assim que as cabines de votação fecharem no dia da eleição e além da contagem feita pelas máquinas, todos os votos deverão ser contados manualmente em todos os condados do estado.
Os críticos da regra alegam que, além da possibilidade de atraso, a contagem manual é suscetível a erros e até mesmo a fraudes, e disseram que isso pode acrescentar confusão ao processo em um dos estados que podem decidir o próximo ocupante da Casa Branca.
A Geórgia é um dos chamados estados-pêndulo, isto é, aqueles onde não está claro se democratas ou republicanos vão vencer e que, no modelo de colégio eleitoral americano, são decisivos no pleito.
O escritório do procurador-geral da Geórgia, Chris Carr, um republicano, advertiu antes da votação que a medida provavelmente não seria legal.
“Essas regras propostas não estão sujeitas a nenhum estatuto e, portanto, provavelmente são o tipo exato de legislação inadmissível que as agências não podem fazer”, disse o escritório de Carr em comunicado.
De acordo com alguns opositores, também seria tarde demais para estabelecer essa regra, às vésperas das eleições de novembro.
“As cédulas militares já foram emitidas. A eleição já começou, não é hora de mudar as regras, isso só reduzirá a integridade de nossas eleições”, disse Ethan Compton, supervisor das eleições no condado de Irwin, no sul da Geórgia, durante o período de debates sobre a regra, de acordo com o jornal The Washington Post.
Apoiadores da medida alegam que ela trará mais transparência e segurança ao resultado da eleição no estado.
“Não teremos uma situação em que teremos candidatos dizendo que acham que a contagem está errada ou que querem uma auditoria porque algo deu errado. Teríamos percebido isso em um estágio inicial”, alegou Janelle King, integrante da comissão que votou a favor da mudança, em declarações publicadas pela imprensa americana.
“O que eu não quero fazer é criar um precedente de que estamos priorizando velocidade [na apuração] em vez de precisão [nos resultados]”, disse King.
“Nós vamos verificar um conjunto de números usando outros meios. É só isso o que vamos fazer”, disse Sharlene Alexander, integrante republicana do Conselho Eleitoral do Condado de Fayette e apoiadora da medida.
“Você vai tirá-los [os votos] de uma pilha, vai diretamente para o canto e vai simplesmente contar essas cédulas. É tão difícil assim fazer isso? Não é um grande problema. Na minha opinião, não é um grande problema”, acrescentou.
A medida é a mais recente de uma série de regulamentos aprovados nos últimos meses pela Comissão Eleitoral Estadual, que desde maio tem maioria conservadora.
Alegando buscar maior segurança e transparência, o conselho no mês passado deu às autoridades locais novos poderes para certificar as eleições, mas eles foram contestados na Justiça e um julgamento sobre a questão terá início em 1º de outubro.
Na eleição presidencial de 2020, que Donald Trump perdeu para o atual presidente dos EUA, o democrata Joe Biden, o republicano alegou que houve fraude no processo eleitoral, inclusive na Geórgia. O ex-presidente responde a um processo no estado por acusações de supostas tentativas de interferência eleitoral.
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