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Passageiros passam por sinal no aeroporto de Ben Gurion, em Tel Aviv, indicando um abrigo antibombas: na última quinta-feira, os EUA suspenderam a proibição de voos com destino a Israel | Baz Ratner/Reuters
Passageiros passam por sinal no aeroporto de Ben Gurion, em Tel Aviv, indicando um abrigo antibombas: na última quinta-feira, os EUA suspenderam a proibição de voos com destino a Israel| Foto: Baz Ratner/Reuters

Análise

Para o Afeganistão, insurgentes não dispõem de armas sofisticadas

Em 1998, rebeldes do Congo usaram o SA-7 para derrubar um jato que levava 40 civis. Todos morreram. Uma década antes, guerrilhas afegãs derrubaram um jato soviético matando todos os 29 passageiros.

O porta-voz do Ministério da Defesa do Afeganistão, general Mohammad Zahir Azimi, disse que nenhum incidente indica que os insurgentes possuam mísseis com tecnologia para atingir alvos em grande altitude.

Muitos voos comerciais internacionais continuam a passar por regiões dominadas por militantes no oeste e no norte do Iraque.

Um oficial de inteligência disse que o grupo, que chegou a declarar um Estado islâmico independente na região, não tem armamento antiaéreo sofisticado.

Irreal

Com tantos conflitos armados ao redor do mundo, é irreal esperar que as companhias aéreas evitem todos essas regiões, disse o especialista em aviação da Rand Corporation Brian Jenkins.

Treinamento

Mísseis de grande altitude são muito maiores e mais caros do que os Manpad, além de exigirem mais conhecimento técnico para serem operados. E é possível aprender como usar um Manpad numa tarde.

Manpad

Uma arma muito menos sofisticada, mas que oferece um risco mais imediato, é o sistema portátil de lançamento de mísseis chamado Manpad, que pode atingir alvos a cerca de 4,5 mil metros de altitude.

Altitude

Cerca de 60 países ao redor do mundo possuem mísseis de grande altitude guiados por radar, semelhantes àquele que supostamente derrubou o Boeing 777, segundo John Pike, diretor do Globalsecurity.org.

Insegura

Um avião da Malaysia Airlines foi derrubado na semana passada por um sistema antiaéreo de mísseis terra-ar, mesmo voando a 10 mil metros, uma altitude considerada segura até então.

Milícias armadas com bazucas lutam na Líbia pelo controle do principal aeroporto do país.

Na África, a região de Sahel está repleta de armas, incluindo restos do sistema de defesa aérea do ex-ditador Muamar Kadafi.

INFOGRÁFICO: Confira alguns dos mísseis existentes no mundo e seus poderes de fogo

Há uma guerra civil em curso na Síria, em que milhares de soldados desertaram e montaram novos batalhões capazes de derrubar jatos e helicópteros militares.

No Iraque, a dissidência da Al-Qaeda, que já conquistou grandes parcelas do território e tem tomado posse de armas nas regiões que conquista.

O mundo está repleto de zonas de perigo, do oeste da África até a Ásia Central. Uma vasta região onde aviões comerciais podem estar em risco.

Apesar de especialistas em contraterrorismo afirmarem que o céu é seguro, a queda do voo MH17 da Malaysia Airlines recentemente, no leste da Ucrânia, mostra que há perigo em qualquer voo sobre áreas de instabilidade política onde armas sofisticadas estejam disponíveis aos militantes.

Esses riscos foram respaldados pela agência nacional de aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês), que proibiu companhias americanas de voar para o aeroporto de Tel Aviv, em Israel, por pelo menos 24 horas após a explosão de um foguete do Hamas próximo ao local.

A FAA também proibiu voos para a Líbia, o norte da Etiópia, Somália, Coreia do Norte, Iraque e a região do leste da Ucrânia.

Entre os países alvos das restrições da FAA, aqueles que têm a probabilidade de ter armamentos semelhantes ao que derrubou o voo MH17 estão a Coreia do Norte, Israel e Etiópia. Mas nesses países o Exército controla o arsenal, o que, no mínimo, reduz o risco de um disparo acidental.

Suspeitas

Em outra lista da FAA que enumera países que apresentam risco a aviões americanos, estão incluídos Mali, Congo, Quênia, Iêmen, a península do Sinai, no Egito, Síria, Irã e Afeganistão.

Entre essas regiões, explica Pike, apenas o Irã, o Egito e a Síria possuem equipamentos antiaéreos sofisticados.

Existem suspeitas sobre a possibilidade de a Líbia também ter acesso a esse tipo de armamento.

Um programa norte-americano de US$ 40 milhões para a recompra desses mísseis, após a queda de Kadafi, ajudou a recuperar apenas 5 mil das 20 mil armas desse tipo que a Líbia possuía.

Especialistas temem que radicais nigerianos consigam mísseis

Um relatório divulgado em março por especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) revela que lançadores Manpad da Líbia foram vendidos para militantes em quatro zonas de conflito, incluindo Chade e Mali. Um Manpad usado para derrubar um helicóptero militar na península do Sinai neste ano veio da Líbia, segundo o relatório.

Armas da Líbia também foram encontradas na Somália, na República Centro-Africana e em partes da Nigéria onde operam militantes do grupo extremista Boko Haram.

O Exército nigeriano não tem conseguido proteger seus armamentos e munições e o Boko Haram ataca regularmente instalações militares. No entanto, a Nigéria não consta em nenhuma das listas de restrição da FAA.

Especialistas também temem que o grupo extremista nigeriano tenha conseguido comprar versões antigas dos mísseis russos SA-7.

Esse armamento pode atingir aeronaves voando a baixas altitudes com um alcance de cerca de quatro quilômetros.

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