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Os parlamentares hondurenhos rejeitaram na noite de quarta-feira (2) a restituição do presidente deposto Manuel Zelaya num inflamado debate que revisitou os detalhes do golpe de 28 de junho. Uma maioria simples de 65 dos 128 congressistas votou contra a volta de Zelaya à presidência pouco antes da 19h30 (hora local, 23h30 de Brasília), depois de pouco mais de seis horas de discussão.

A decisão foi aprovada em meio à pressão para resolver a crise, que já dura cinco meses, e depois de muitos governos latino-americanos terem advertido que não reatariam os laços diplomáticos com Honduras a menos que Zelaya fosse autorizado a concluir seu mandato, que termina em 27 de janeiro. A votação, no entanto, pôs um fim ao acordo patrocinado pelos EUA entre Zelaya e o presidente de facto, Roberto Micheletti, que se afastou temporariamente durante as eleições. Micheletti afirmou antes da votação que Zelaya já era "história".

Enquanto o drama político se desenrolava no Congresso, do lado de fora dezenas de integrantes das forças de segurança enfrentavam apoiadores de Zelaya, abrigado na embaixada brasileira desde que voltou ao país, em setembro. A despeito dos discursos indignados de vários deputados, que criticavam tanto o golpe como a repressão militar que se seguiu, apenas nove congressistas tinham apoiado a volta de Zelaya quando foi atingida a maioria contra essa decisão.

O mesmo Congresso, juntamente com a Suprema Corte, líderes empresariais e militares, apoiou a expulsão de Zelaya por causa dos planos do presidente de mudar a Constituição, que eles viam como uma tentativa de derrubar os limites ao seu mandato. Os parlamentares receberam aconselhamento da Procuradoria Geral e da Suprema Corte, os quais disseram que os processos criminais contra Zelaya permanecem.

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