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Francisco Rafael Sagasti foi eleito presidente interino do Peru no dia 16 de novembro de 2020.
Francisco Rafael Sagasti foi eleito presidente interino do Peru no dia 16 de novembro de 2020.| Foto: AFP

Nesta segunda-feira (16), o Congresso do Peru elegeu o novo presidente interino do país. Trata-se de Francisco Rafael Sagasti, que vai ser o terceiro a ocupar a chefia do Executivo do país em apenas uma semana. Isso porque Manuel Merino, que assumiu o cargo após Martín Vizcarra ser destituído do governo no último dia 9, renunciou no início da tarde de domingo (15). A saída de Vizcarra do governo peruano deu início a uma crise política no país. O que se vê hoje no Peru são confrontos diários travados entre manifestantes e forças policiais, com registro de mortes, inclusive.

Sagasti, 76 anos, é líder do Partido Morado, que se autodenomina uma legenda de “centro republicano”. Ele foi eleito por votação da Mesa Diretiva do Congresso nesta segunda-feira (16). Agora, a não ser que renuncie, deve permanecer como mandatário até as próximas eleições presidenciais do país, marcadas para abril de 2021. Sagasti teve 97 votos a favor, 26 contra e nenhuma abstenção.  O Congresso chegou a se reunir ainda no domingo (15) para eleger um nome, mas não conseguiu.

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Vizcarra foi destituído da presidência pelo Congresso do Peru em um julgamento considerado a jato na segunda-feira da semana passada (9). Vizcarra foi acusado de ter recebido 2,3 milhões de soles (R$ 3,4 milhões, aproximadamente) em propina por contratos de obras públicas quando era governador da região de Moquegua, no sul do Peru.

Apesar de negar as acusações, Vizcarra acabou destituído da chefia do Executivo por “incapacidade moral permanente”. O ex-presidente criticou o processo de vacância, que teria sido aberto com base em acusações não corroboradas pela Justiça. Ao mesmo tempo, ele deixou o poder sem contestar, e disse que o fazia “de cabeça erguida”.

Manuel Merino, do partido de oposição Ação Popular, assumiu a presidência e nomeou um novo gabinete de ministros no dia seguinte após a destituição de Vizcarra. Importante ressaltar que Merino foi um dos articuladores da destituição do ex-presidente. Pressionado pelas manifestações que explodiram nas ruas do país, contudo, Merino renunciou ao cargo apenas cinco dias depois de tê-lo assumido. Em comunicado, afirmou que a renúncia era “irrevogável”.

Vizcarra era bastante popular em sua agenda anticorrupção e seu afastamento em plena pandemia de coronavírus não soou bem para a população. Em Lima, pelo menos dois jovens morreram baleados e organizações internacionais e peruanas de direitos humanos repudiaram o uso excessivo de força para conter as manifestações, consideradas as maiores já presenciadas pela sociedade peruana em pelo menos 20 anos. A expectativa do Congresso é que a nomeação de Sagasti dê conta de amenizar as tensões sociais que assolam o país.

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