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O Silo de Svaldbard fica localizado em uma região distante da Noruega, onde o solo é permanentemente congelado | /Flickr
O Silo de Svaldbard fica localizado em uma região distante da Noruega, onde o solo é permanentemente congelado| Foto: /Flickr

Parece o cenário de filme de ficção científica. E o motivo pelo qual foi criado também remete aos momentos mais apocalípticos do cinema. Mas, assustadoramente, é uma hipótese real: desde 2008, cientistas mantêm em uma área gélida do ártico um grande cofre de sementes para serem usadas, na teoria, no caso de uma grande catástrofe.

Painel desenhado pelo artista Dyveke Sanne usa elementos altamente reflexivos e garantem a visibilidade da estrutura durante a noite Flickr

Porém, nesta semana houve a primeira retirada deste depósito chamado Silo Global de Svaldbard. Pesquisadores do Oriente Médio solicitaram sementes para repor um banco genético que fica em Aleppo, na Síria, e que foi parcialmente danificado por conta da guerra civil no país.

O Silo fica em na ilha de Svaldbard (daí seu nome), entre a Noruega e o Pólo Norte, um local escolhido criteriosamente. É tido como o ponto mais distante para onde alguém pode voar. Ou seja, é longe, mas ainda acessível -- o objetivo é evitar a interferência humana.

O solo é permanentemente congelado -- o que garante que as sementes fiquem a temperaturas controladas mesmo em caso de falha no sistema de refrigeração do depósito.

A estrutura foi construída pelo arquiteto Peter Söderman, que a projetou avançando 130 metros para dentro de uma rocha. Apenas a entrada fica visível, o resto da edificação está protegida de fatores externos. A preocupação na sua concepção era protegê-la de terremotos, mudança drástica de temperatura e até da queda de um asteroide.

Estima-se que o Silo de Svaldbard guarde neste momento mais de 860 mil sementes de variedades alimentícias como arroz, feijão e trigo. Também estão armazenadas sementes de plantas. A capacidade total é de estocagem de 2,5 bilhões de sementes - e elas são oriundas de quase todos os países -- o Brasil, por meio da Embrapa, já enviou diversas culturas de arroz, soja e milho, por exemplo.

As sementes ficam armazenadas em embalagens seladas e personalizadas que ficam guardas em caixas a uma temperatura de -18 graus C e com pouco oxigênio, assim a atividade metabólica é desacelerada.

Prateleiras com caixas guardam sementes do mundo todo no Silo de Svaldbard Flickr

Este grande depósito é mantido por um instituto chamado Global Crop Diversity Trust em parceria com o governo norueguês e com um laboratório de pesquisas genéticas chamado Nordic Genetic Resources Center. As sementes, no entanto, continuam sendo propriedade dos países que as depositaram (para fins legais).

Outras iniciativas

Existem em diversos países bancos genéticos de sementes com finalidade semelhante ao do silo norueguês de preservar variedades (de alimentos e plantas). Alguns institutos científicos apontam para mais de 1.700 deles espalhados pelo mundo. Porém, a estrutura de Svaldbard é considerada a mais segura por não estar tão suscetível à interferência humana e oferecer soluções de segurança em caso de guerras ou de doenças, por exemplo.

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