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O Conselho dos Guardiães do Irã decidiu criar uma comissão especial com personalidades políticas e representantes dos candidatos da oposição para preparar um relatório sobre a eleição presidencial de 12 de junho, marcada pela vitória do presidente Mahmud Ahmadinejad, declarou nesta sexta-feira (26) um porta-voz, citado pela agência Isna.

"O Conselho dos Guardiães previu a criação de uma comissão especial com a participação de personalidades políticas e de representantes dos dois candidatos da oposição para preparar um relatório sobre o processo eleitoral", disse Abbas Ali Kadkhodaye, citado pela Isna.

"Serão recontadas 10% das cédulas de voto na presença dos membros desta comissão, e o relatório será levado a público", destacou.

A oposição contesta a reeleição de Ahmadinejad e denuncia supostas fraudes. O governo nega.

Entre estas personalidades políticas, estão o ex-ministro das Relações Exteriores Ali Akbar Velayati e o ex-presidente do Parlamento Gholam Ali Hadad Adel.

O conselho confirmou mais cedo nesta sexta que não encontrou nenhuma evidência de fraudes, e que esta foi a eleição mais limpa e "saudável" desde a revolução Iraniana de 1979. "O Conselho quase terminou de rever as queixas dos candidatos derrotados e a análise indicou que esse foi o mais transparente pleito desde a Revolução. Não existiram violações na eleição", afirmou o porta-voz do grupo, Abbasali Kadkhodai.

Durante essa semana, o Conselho, que faz a vistoria do processo eleitoral e guarda as leis do país, já havia rejeitado qualquer acusação de fraude e pedido de anulação da eleição, feitas pelos candidatos derrotados, principalmente pelo moderado ex-primeiro-ministro Mir Hossein Moussavi.

'Baderneiros'

Um clérigo iraniano conservador pediu nesta sexta a execução de "baderneiros", num sinal da intenção das autoridades de reprimir a oposição ao resultado da eleição presidencial realizada em 12 de junho.

"Quero que o Judiciário... puna os líderes baderneiros com firmeza e sem mostrar nenhuma clemência para ensinar a todos uma lição", disse Ahmad Khatami numa palestra religiosa na Universidade de Teerã.

A TV estatal iraniana disse na quinta-feira que oito integrantes da milícia Basji foram mortos por "baderneiros" durante os protestos. Anteriormente a mídia estatal havia informado que 20 pessoas morreram nas manifestações.

Autoridades iranianas acusam Mousavi de ser o responsável pelo derramamento de sangue, enquanto o ex-premiê moderado diz que o culpado é o governo.

Khatami, que é membro da Assembleia de Especialistas, disse que o Judiciário deve acusar os líderes "desordeiros" como sendo "mohareb", pessoa que promove guerra contra Deus.

"Eles devem ser punidos brutalmente e de forma selvagem", disse. Pelas leis iranianas, a punição para as pessoas condenadas por serem "mohareb" é a execução.

Khatami disse que Neda foi morta pelos próprios manifestantes para propósitos de propaganda. "Ao assistir o filme, qualquer pessoa inteligente vê que os baderneiros a mataram", disse.

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