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Corpos de mexicanos encontrados em Acapulco: mensagens de ameaça deixadas junto aos cadáveres seriam do cartel Beltran Leyva | Jesus Trigo/Reuters
Corpos de mexicanos encontrados em Acapulco: mensagens de ameaça deixadas junto aos cadáveres seriam do cartel Beltran Leyva| Foto: Jesus Trigo/Reuters

Medo sem fim

Mais 14 pessoas são encontradas mortas, agora em Acapulco

Pelo menos 14 pessoas foram encontradas assassinadas ontem em distintos pontos da cidade turística de Acapulco, na região sudoeste do México. A Secretaria Estadual de Segurança Pública informou que todos os corpos tinham múltiplos impactos de bala, pés e mãos amarrados e olhos vendados.

Junto à maioria dos corpos havia cartolinas com mensagens, mas as autoridades não identificaram os autores dos textos. Seis dos corpos foram encontrados na Autopista do Sol, na altura do povoado de Sabanillas, 392 quilômetros a sudoeste da capital mexicana. Os mortos eram homens, com idades entre 22 e 38 anos. Na estrada federal entre Acapulco e Zihuatanejo, na altura do povoado de Ejido Viejo, 411 quilômetros ao sul da Cidade do México, foram localizados os cadáveres de outros dois homens, com idades entre 28 e 30 anos.

Outros quatro homens foram encontrados em uma rodovia que segue para o viaduto Diamante de Acapulco. Além disso, foram encontrados dois corpos no estacionamento de uma loja em Acapulco.

  • Veja onde aconteceram as mortes

Matamoros, México - As autoridades do México identificaram pelo menos 31 dos 72 mortos em um massacre no nordeste do país. As vítimas eram imi­­grantes da América Central e da América do Sul, massacrados perto da fronteira com os Estados Uni­­dos, supostamente pelo cartel Los Zetas. A Procuradoria do Esta­­do de Tamaulipas, no norte do país, afirmou em nota que entre os imigrantes identificados 14 eram de Honduras, 12 de El Sal­­vador, quatro da Guatemala e um do Brasil. Segundo o órgão, estão por identificar 41 corpos.

O cônsul-geral do Brasil no México, Márcio Lage, colocou em dúvida a informação de que há um brasileiro entre os mortos. O nome encontrado nos documentos junto ao corpo, cuja identidade não foi revelada, seria hispânico, e não brasileiro.

A Procuradoria mexicana in­­formou ainda que os corpos fo­­ram transportados para a cidade de Reynosa, perto de San Fernan­­do, onde os cadáveres permaneceram pelo menos até a quinta-feira dentro de uma câmara refrigerada de uma funerária privada, que estava fortemente guardada pelas autoridades.

A identificação dos corpos está sendo realizada por peritos das procuradorias de Tamaulipas e General de la República.

Segundo as informações iniciais de autoridades mexicanas, quatro dos mortos seriam brasileiros. O porta-voz de segurança do governo federal, Alejandro Poiré, disse à Radio W que aparentemente os imigrantes foram assassinados após se negarem a colaborar com Los Zetas. "O que este epi­­sódio revela, com a informação de que dispomos até agora, é uma modalidade de recrutamento forçado", explicou. "Digo, nem se­­quer é um sequestro com intenção aparentemente pecuniária, mas sim fundamentalmente...forçá-los a participar nas estruturas do crime organizado."

As vítimas foram encontradas na terça-feira, em uma fazenda per­­to de San Fernando, cidade de 30 mil pessoas no estado de Ta­­mau­lipas. Há diplomatas do Bra­­sil, El Salvador, Equador e Hon­­du­ras em San Fernando, para acompanhar os trabalhos de identificação.

Ofensiva

Caso se confirme que Los Zetas foi o grupo responsável pelo massacre, este será o episódio mais sangrento desde que o presidente Felipe Calderón lançou uma ofensiva contra o narcotráfico no país, no fim de 2006. Mais de 28 mil pessoas morreram desde então em incidentes relacionados ao tráfico de drogas no México.

Calderón disse que o caso é um novo sinal de que os cartéis estão sendo prejudicados pela ofensiva com milhares de soldados e policiais federais e assim buscam de modo desesperado meios alternativos de conseguir dinheiro. Já ativistas pelos direitos dos imigrantes atribuem a violência à indiferença governamental.

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