A Coreia do Norte avisou à ONU que lançará em abril um foguete que vai sobrevoar o Japão, o que provocou um alarde em todo o leste asiático, principalmente do governo japonês.
Em comunicado, a Organização de Aviação Civil Internacional (Icao) diz que "uma zona perigosa é o espaço aéreo de dimensões definidas em que podem se desdobrar em determinados momentos atividades perigosas para o tráfego de aeronaves". A Icao, organismo da ONU encarregado da regulação do tráfego aéreo mundial.
Na nota, a Icao afirma que a República Popular Democrática da Coreia (RPDC) informou oficialmente sobre "sua intenção de proceder com o lançamento de um satélite" entre 4 e 8 de abril. Segundo os planos, o foguete irá cair no oceano Pacífico, entre o Japão e o Havaí.
Advertências
A Coreia do Sul advertiu o vizinho do norte de que, caso realmente execute o lançamento do que Pyongang diz ser um satélite, enfrentará "contramedidas" do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Já o primeiro-ministro do Japão, Taro Aso, exigiu que a Coreia do Norte abandone seus planos de lançar um foguete, ainda que se trate de um satélite.
"Não importa o que assegure, ainda que seja um satélite, será uma infração descarada da Resolução 1718 do Conselho de Segurança das Nações Unidas", disse Aso.
O primeiro-ministro afirmou que o "Japão deverá protestar de maneira severa perante a ONU e exigir o cancelamento" do lançamento.
Fechamento da fronteira
A Coreia do Norte, por ordem do líder Kim Jong II, voltou a fechar os pontos de passagem da fronteira terrestre com o Sul nesta sexta-feira, e não permitiu a saída de cidadãos sul-coreanos que trabalham no complexo industrial de Kaesong, conforme informou a agência de notícias local "Yonhap".
O regime comunista já havia fechado na segunda-feira passada a fronteira para reabri-la no dia seguinte, em protesto contra as manobras militares conjuntas dos exércitos de Estados Unidos e Coreia do Sul.
Na ocasião, Pyongyang qualificou os exercícios militares como o prelúdio de "uma segunda Guerra da Coreia".
A ligação entre as duas Coreias pode permanecer fechada até a próxima sexta-feira, data em que as manobras terminam, informou a "Yonhap".
O presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, disse nesta sexta que Pyongyang deve parar com as ameaças a civis, depois que 275 pessoas que deviam retornar à Coreia do Sul procedentes do complexo industrial que ambos os países administram.
Do mesmo modo, Pyongyang proibiu a entrada programada de outros 600 sul-coreanos ao complexo industrial conjunto de Kaesong.
Cerca de 90 empresas sul-coreanas operam neste complexo industrial, símbolo da cooperação intercoreana, que reduziu suas operações devido às contínuas restrições norte-coreanas em protesto contra a política do governo conservador de Seul.
Na segunda-feira, a Coreia do Norte cortou todos os canais de comunicação militar com o Sul e as passagens fronteiriças.
Após a reabertura da fronteira na terça, as duas Coreias coordenaram a passagem de trabalhadores às zonas conjuntas de Kaesong e do monte Kumgang através de cartas, já que a rede de integração militar continuava suspensa.
Lee pediu reciprocidade a Pyongyang e lembrou que seu governo garante a segurança dos navios comerciais que navegam ao longo da costa oeste sul-coreana até as águas do Norte.
A tensão na fronteira aumentou após a Coreia do Norte anunciar, há duas semanas, que estava preparando o lançamento de um satélite.
Rússia
A Rússia vai vigiar com seu sistema de detecção de mísseis a trajetória do artefato , informou nesta sexta-feira (13) uma fonte do Estado-Maior russo citada pela agência Interfax.
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