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Novo míssil norte-coreano poderia supostamente chegar a qualquer ponto dos Estados Unidos | -AFP
Novo míssil norte-coreano poderia supostamente chegar a qualquer ponto dos Estados Unidos| Foto: -AFP

A Coreia do Norte informou nesta quarta-feira, 29, ter lançado com sucesso um míssil balístico intercontinental com capacidade nuclear e alcance para atingir todo o território dos Estados Unidos. 

A TV estatal do país afirmou ainda que o míssil é "significativamente mais" poderoso do que o testado em setembro. Segundo a emissora, o armamento foi batizado como Hwasong 15.

O lançamento ocorreu nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira e já havia sido detectado pela Coreia do Sul e pelos Estados Unidos. O artefato caiu no litoral do Japão.

Segundo o secretário de Defesa americano, James Mattis, o míssil atingiu a maior altura entre os testes norte-coreanos até o momento, e representa uma ameaça global. "Ele voou mais alto do que qualquer outro que eles tenham lançado. É um esforço de pesquisa e desenvolvimento da parte deles para continuar a construir mísseis balísticos que atinjam qualquer lugar do mundo.

"É a terceira vez que Pyongyang testa um míssil intercontinental --os dois primeiros foram em julho-- e o primeiro lançamento de míssil desde setembro, quando um foguete de médio alcance sobrevoou o Japão. O Ministério da Defesa japonês disse que o míssil voou durante cerca de 53 minutos e caiu no mar do Japão, a 370 km da costa japonesa. Para efeito de comparação, no penúltimo teste, em 29 de agosto, o projétil havia ficado no ar por 14 minutos. Maior alcance 

Maior alcance

O físico David Wright, da ONG Union of Concerned Scientists, afirmou ao "New York Times" que o míssil lançado nesta quarta teve um desempenho melhor do que os dois disparados em julho, com um alcance potencial de 12,9 quilômetros, tornando-o capaz de alcançar a capital Washington ou qualquer outra parte continental dos EUA. 

"É bastante impressionante", disse Wright. "Isso é um avanço em cima do que eles estavam fazendo antes." O cientista, porém, observou que, a fim de obter um resultado melhor, os norte-coreanos podem ter acrescentado uma carga leve. Assim, apesar da maior distância percorrida, isso não se traduziria em um míssil balístico intercontinental operacional, muito menos em um projétil capaz de carregar uma ogiva nuclear. O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na noite desta terça-feira que "nós vamos cuidar disso", mas não deu detalhes. Minutos após o disparo, a Coreia do Sul conduziu um teste de míssil em resposta, de acordo com as Forças Armadas sul-coreanas. O presidente Moon Jae-in convocou um encontro com seu Conselho de Segurança Nacional.

Pressão 

O novo teste ocorre uma semana após Trump colocar a Coreia do Norte na lista de países patrocinadores do terrorismo e Washington anunciar mais sanções a Pyongyang. O governo americano incluiu 13 empresas norte-coreanas e chinesas entre os alvos das sanções como represália ao programa nuclear do regime de Kim Jong-un. Agora, EUA e Coreia do Sul discutem novas sanções. O principal negociador nuclear sul-coreano está em Washington e se encontrou nesta semana com sua contraparte americana.

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) agendou para a tarde desta quarta-feira uma reunião de emergência para discutir o mais recente lançamento de mísseis balísticos pela Coreia do Norte.

O porta-voz da Itália, que comanda o conselho, disse que a reunião desta quarta-feira foi solicitada por Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul. O movimento vem após Pyongyang ter encerrado, de forma abrupta, uma pausa de dez semanas em seus testes de projéteis nesta terça-feira, lançando um míssil balístico intercontinental. 

O Conselho de Segurança já impôs sanções contra o regime de Kim Jong-un em resposta à escalada dos programas de mísseis nucleares e balísticos. EUA e Japão buscam medidas ainda mais fortes contra a Coreia do Norte.

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