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Médico analisa tomografia de pulmão em uma enfermaria de uma zona de quarentena em Wuhan| Foto: Divulgação/China/AFP

Em resposta às críticas internas sobre a forma como estava lidando com a epidemia de coronavírus, o governo central da China demitiu, nesta quinta-feira (13), mais um oficial do alto escalão do Partido Comunista. O bode expiatório da vez é Jiang Chaoliang, secretário do partido na província de Hubei, epicentro do surto do novo vírus. Ele foi substituído por Ying Yong, um aliado próximo do presidente Xi Jinping.

Jiang é o oficial mais importante do partido a ser demitido até agora. Outras autoridades de alto escalão já haviam sido demitidas no início da semana, inclusive o prefeito de Wuhan, capital de Hubei.

As demissões ocorreram depois que centenas de chineses começaram a expressar indignação nas redes sociais sobre a forma como o governo central estava lidando com a situação, especialmente depois da morte do médico Li Wenliang, que foi reprimido pela polícia de Wuhan por ser um dos primeiros a alertar sobre o novo coronavírus. Li morreu após de ter sido infectado por coronavírus.

O governo de Xi Jinping também está enfrentando o ceticismo da comunidade internacional quanto os números de casos confirmados e mortes que está divulgando, dada a realidade nos hospitais de Wuhan, onde muitas pessoas não foram diagnosticadas com o vírus por falta de testes. Há relatos na imprensa internacional de que algumas morreram antes mesmo de conseguir fazer o teste para o coronavírus.

Por causa disso, a Comissão de Saúde de Hubei resolveu alterar a metodologia de contagem de casos da doença. Agora são considerados casos confirmados os pacientes que possuem sintomas – não mais apenas aqueles que testaram positivo para o vírus. Isso elevou o número de infecções em 14.840 apenas nesta quarta-feira (12), e agora já são quase 60 mil casos confirmados na China continental. Além das fronteiras chinesas, mais de 500 casos de coronavírus foram notificados, a maioria na Ásia.

Em 2003, durante a epidemia de Sars (síndrome respiratória aguda grave) no país, a China tomou medidas semelhantes ao remover autoridades do Partido Comunista e mudar o método para contabilização de casos. Na época, o prefeito de Pequim e o ministro da saúde foram demitidos sob suspeita de acobertar o número de casos da doença e, na sequência, houve um aumento exponencial de infectados. Porém, o sistema de censura em operação na China continua permitindo que informações cruciais sejam escondidas ou tratadas como boatos. Em 2020, mais uma vez, isso custou um tempo precioso de resposta para controlar a dispersão do novo coronavírus.

Coronavírus no Japão

Foram confirmados outros 44 casos de coronavírus no cruzeiro Diamond Princess, que está ancorado em quarentena no porto de Yokohama, no Japão. No total, 219 das 3.700 pessoas a bordo foram diagnosticadas com o vírus.

No início desta semana, membros indianos da tripulação fizeram um apelo ao primeiro-ministro do seu país, Narendra Modi, para que os tirasse de lá, enquanto crescia a preocupação com a contaminação dentro do cruzeiro, especialmente durante os momentos de refeição conjunta, quando eles tinham que tirar suas máscaras. Nesta quinta-feira, o embaixador indiano no Japão respondeu ao apelo dizendo que ele "não tem razões para acreditar" que a tripulação está em perigo "porque os protocolos de saúde japoneses estão sendo seguidos", segundo informou a CNN.

O governo do Japão vai dar permissão de desembarque para pessoas idosas que possuem problemas crônicos de saúde nesta sexta-feira (14), segundo a emissora NHK. Pessoas em cabines sem janelas também serão liberadas e levadas para uma instalação designada pelo governo. As demais devem ficar em suas cabines pelo menos até a próxima quarta-feira, quando termina o período de duas semanas de isolamento.

A NHK informou também que o chefe do comitê organizador da Olimpíada de Tóquio, Yoshiro Mori, ressaltou que as autoridades não consideram suspender ou adiar o evento esportivo, que começa em julho, por causa do coronavírus.

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