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coronavirus china
| Foto: NICOLAS ASFOURI/AFP

Na China continental, as infecções por coronavírus (2019-nCov) ultrapassaram os casos de Sars (síndrome respiratória aguda grave) registrados lá durante a epidemia de 2003. As autoridades chinesas informaram na quarta-feira (29) que 6.056 pessoas foram infectadas com o coronavírus no país, número maior do que os 5.327 casos confirmados de Sars há mais de 15 anos. Além disso, especialistas da área de saúde estimam que agora o número de infecções esteja amplamente subestimado.

Porém, a epidemia atual é menos mortal do que a de Sars. Até quarta-feira, 132 pessoas haviam morrido devido à infecção por coronavírus, que pode causar um tipo de pneumonia. Em 2003, a Sars tirou a vida de 349 pessoas na China continental - e de quase 800 em todo o mundo, enquanto nenhuma mortes fora da China foi registrada em 2020. Ou seja, a taxa de mortes do coronavírus é de 2,2%, enquanto a se Sars foi de 9,6%. A síndrome respiratória do Oriente Médio (Mers) que teve origem na Arábia Saudita em 2012 teve uma taxa de mortalidade de 35,4%. Sars e Mers também foram causadas por um tipo de coronavírus.

A epidemia de coronavírus atual começou no fim do ano passado e tem seu epicentro na cidade de Wuhan, capital da província central chinesa de Hubei. Cientistas suspeitam que o contato humano com animais silvestres tenha desencadeado o surto do novo vírus, que também pode ser transmitido de pessoa para pessoa, como uma gripe.

Há mais de uma semana, quando a epidemia ganhou destaque nos noticiários internacionais, o governo comunista chinês impôs restrições de movimento na província de Hubei, limitando a entrada e saída de cerca de 60 milhões de pessoas de várias cidades. Com isso, estrangeiros de várias nacionalidades ficaram presos no foco da epidemia. Japão, Estados Unidos, Reino Unido e vários outros países estão fretando voos para buscar os seus cidadãos que estão em Wuhan. Ao chegarem aos seus respectivos países, eles serão colocados em isolamento.

Mas os esforços da China não foram suficientes para evitar que o coronavírus se espalhasse para fora de suas fronteiras. Mais de 80 casos foram confirmados ao redor do mundo, na América do Norte, Europa, Ásia, Oceania e mais recentemente no Oriente Médio, com 4 casos de infecção nos Emirados Árabes Unidos. A maioria deles foram importados da China continental, sendo que apenas dois, registrados no Japão e na Alemanha, foram transmitidos dentro dos países. No Brasil, o Ministério da Saúde informou que três casos estão sob investigação das autoridades de saúde, mas nenhuma caso foi confirmado na América Latina. Nenhuma morte por coronavírus ocorreu fora da China.

Zhong Nanshan, um dos principais especialistas em doenças respiratórias da China, disse esperar que o pico da infecção por coronavírus chegue em cerca de 10 dias. "É muito difícil estimar definitivamente quando o surto atinge o seu pico. Mas acho que em uma semana ou cerca de 10 dias, atingirá o auge e, em seguida, não haverá aumentos em larga escala", disse Zhong à agência estatal chinesa Xinhua nesta quarta-feira (29).

Grupos de risco

A Comissão Nacional de Saúde da China informou, na semana passada, que pesquisadores descobriram que o vírus pode ser transmitido até durante a fase de incubação, que dura de um a 14 dias - o que não acontecia com a Sars. Pessoas que não apresentam os sintomas de infecção, similares a uma pneumonia, podem estar transmitindo o vírus a outras pessoas. Os mais vulneráveis são idosos e pessoas com algum problema de saúde pré-existente, como diabetes e doenças do coração.

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