O coronavírus já matou 910 pessoas, superando o número de fatalidades registradas durante a epidemia de Sars (Síndrome respiratória aguda grave) que ocorreu na China em 2003 e matou 774 pessoas. Só no domingo (9), as autoridades de saúde chinesas informaram 97 mortes em decorrência do novo vírus. Apenas duas mortes aconteceram fora da China continental - uma em Hong Kong e outra nas Filipinas
O número de infectados por coronavírus na China já passa de 40 mil e quase 6.500 estão em estado grave de saúde. No resto do mundo, mais de 350 pessoas foram contaminadas. A maioria delas vive em regiões próximas à China, como Cingapura, Japão, Hong Kong, Tailândia e Coreia do Sul, mas o vírus também se espalhou para a Europa, que já tem mais de 30 casos confirmados, e América do Norte, com 18 casos.
No fim de semana, o diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que a contaminação por coronavírus ao redor do mundo pode acelerar, apesar de poucos casos até agora. Como fator de preocupação, ele citou a transmissão do vírus entre pessoas sem históricos de viagem recente para a China. "Em resumo, podemos estar vendo apenas a ponta do iceberg", declarou ao reforçar o pedido por doações à OMS. A organização está liderando um plano global contra o coronavírus que deve custar US$ 675 milhões.
Cruzeiro no Japão
O Japão informou nesta segunda-feira (10) que 66 novos casos de infecção por coronavírus foram identificados no navio de cruzeiro Diamond Princess, que está em quarentena no litoral do país até 19 de fevereiro. Com isso, o total de pessoas infectadas na embarcação subiu para 136.
O navio transportava 2.666 passageiros e 1.045 tripulantes antes do surto de coronavírus, segundo a operadora do cruzeiro. Alguns indianos que fazem parte da tripulação postaram um vídeo no Facebook pedindo assistência ao primeiro-ministro Narendra Modi. "Todos estão com medo de quem será o próximo a ser infectado", disse Binay Kumar Sarkar, 31, ao jornal Washington Post. "Manter todos no navio significa que muito em breve estaremos todos infectados".
Xi aparece em público
O presidente da China, Xi Jinping, fez sua primeira aparição em público desde que a epidemia de coronavírus se agravou. Nesta segunda-feira (10) ele apareceu em uma vizinhança nos arredores de Pequim usando máscara cirúrgica e falando com um grupo de moradores. Em uma conferência com os médicos que foram destacados para Wuhan, centro da epidemia, Xi os encorajou a vencer a batalha contra o surto. "Se Wuhan vence, a província de Hubei vence; se Hubei vence, todo o país vai vencer", disse o presidente, segundo a TV estatal chinesa.
As autoridades de Pequim aumentaram a vigilância e limitaram o acesso a áreas residenciais particulares enquanto as pessoas começam a voltar ao trabalho nesta segunda-feira, após o feriado estendido de ano-novo. Medidas semelhantes também foram adotadas em outras cidades do país, segundo o jornal South China Morning Post.
Fuga em Hong Kong
A polícia de Hong Kong está à procura de dois pacientes com coronavírus que fugiram do isolamento de 14 dias imposto pelo governo da cidade semi-autônoma. A ministra da Saúde, Sophia Chan Siu-chee, disse nesta segunda-feira que violar a ordem de quarentena é crime e pode render uma multa de US$ 3.220 e seis meses de prisão.
Em Hong Kong, 1.193 pessoas foram colocadas em quarentena após terem chegado da China continental. A maioria delas está em isolamento em casa. De acordo com o South China Morning Post, autoridades de Hong Kong estão fazendo chamadas de áudio e vídeo com essas pessoas para checar se elas estão realmente em casa. Em alguns casos, elas pedem que os pacientes compartilhem sua localização em tempo real via aplicativo de mensagens.
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