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O corpo do preso palestino morto neste sábado (23), em uma prisão israelense, Afarat Yaradat, mostra sinais de tortura e a autópsia prova que não morreu por um ataque cardíaco, como alegou o Serviço de Prisões de Israel, denunciou neste domingo (24) a Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

O relatório do médico legista palestino Saber El Alul, que esteve presente durante a autópsia realizada neste domingo em um hospital israelense no cadáver de Yaradat, afirma que o preso "não morreu de um ataque do coração. Seu coração estava em perfeito estado e suas artérias também", declarou à Agência Efe Xavier Abu Eid, porta-voz da OLP.

"O corpo se encontrava em estado de choque e apresentava evidências de espancamento, principalmente no peito, nos ombros perto da espinha dorsal e nas costas. Todas as marcas eram mais recentes que cinco dias, ou seja, durante o tempo que esteve detido por Israel, por isso são sinais de tortura", assinalou o porta-voz.

O cadáver também tinha duas costelas quebras, sangue no nariz e ferimentos no interior da boca, segundo informou a ONG palestina Al Haq em sua conta no Twitter.

"Isso é um claro caso do que a impunidade da comunidade internacional dá ao Estado de Israel. A liberdade de prender e fazer o que quiser com cidadãos palestinos, incluindo as centenas que são detidas sem qualquer acusação contra elas", declarou Abu Eid.

A OLP exigiu uma investigação internacional que esclareça as circunstâncias da morte de Yaradat, de 30 anos e que havia sido detido por Israel há apenas uma semana por ser suspeito de ter jogado pedras contra soldados israelenses.

A investigação é necessária, "não somente para esclarecer o fato, mas para mostrar mais uma vez a situação vergonhosa em que se encontram milhares de palestinos e palestinas em prisões israelenses", acrescentou o porta-voz.

O corpo foi entregue hoje ao posto de controle militar de Tarkumia, a oeste da cidade de Hebron, onde centenas de palestinos esperavam a ambulância.

Amanhã haverá um grande funeral na cidade vizinha de Sair, onde Yaradat morava com sua mulher e seus dois filhos.

Sua morte trouxe de volta os protestos palestinos que se repetiram nas últimas semanas em solidariedade com os presos em prisões israelenses, especialmente com quatro deles que estão há meses em greve de fome.

O Ministério da Justiça de Israel divulgou um comunicado no qual assegura que não se detectou nenhum sinal visível no corpo, além dos provocados pela massagem cardiovascular que foi feita para reanimá-lo e um pequeno sinal em seu peito.

"Foram detectados dois derrames internos, no ombro e na região superior direita do peito. Havia duas costelas quebradas, que podem ser resultado das tentativas de reanimação. Os resultados iniciais da autópsia não podem determinar a causa da morte", que não se conhecerá até que se tenham os resultados das provas microscópicas e toxicológicas, assegura a nota ministerial, segundo informou o jornal digital "Times of Israel".

Em um primeiro momento, as autoridades israelenses disseram que o preso havia morrido de um ataque cardíaco.

Espera-se que os resultados finais da autópsia sejam divulgados em até duas semanas.

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