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Brasileiro Jean Charles de Menezes  foi morto por engano pela polícia britânica em 2005. | Ben Stall/AFP
Brasileiro Jean Charles de Menezes foi morto por engano pela polícia britânica em 2005.| Foto: Ben Stall/AFP

A Corte europeia de Direitos Humanos (CEDH) rejeitou nesta quarta-feira (30) o recurso apresentado pela família de Jean Charles de Menezes, o brasileiro morto por engano pela polícia britânica que o confundiu com um terrorista em 2005, duas semanas após os atentados de Londres.

O tribunal considerou que a justiça britânica conduziu “uma investigação efetiva” sobre sua morte, ainda que “nenhum policial envolvido” no caso tenha sido processado penalmente.

Dez anos depois

A família de Jean Charles apresentou a ação criminal em um tribunal europeu contra os oficiais envolvidos na operação no ano passado, dez anos após a morte do brasileiro.

Jean Charles levou sete tiros na cabeça quando embarcava no metrô na estação de Stockwell, no sul de Londres, no dia 22 de julho de 2005.

A operação policial ocorreu um dia depois de um atentado contra a rede de transporte da capital britânica ter sido abortado. A polícia confundiu o brasileiro com Hussein Osman, um dos quatro militantes islâmicos que planejaram o ataque.

O serviço de segurança britânico estava sob o mais alto nível de alerta já que duas semanas antes quatro muçulmanos britânicos tinham matado 52 pessoas em explosões no ataque mais mortal de tempos de paz no Reino Unido.

“Durante 10 anos a família vem lutando por justiça para Jean, porque acreditamos que os oficiais da polícia têm que ser julgados pela morte dele”, disse Patrícia Armani Da Silva, prima de Jean Charles, em comunicado. “A morte de Jean é uma dor que nunca vai embora.”

Apesar dos repetidos apelos por parte da família para que os oficiais envolvidos sejam condenados, promotores afirmaram não haver evidências suficientes para processar os envolvidos.

“Já esperava um não”, diz prima

Patrícia já sabia há cerca de um mês que sairia nesta quarta-feira (30) a decisão da Corte Europeia de Direitos Humanos sobre o caso de seu primo, Jean Charles de Menezes, morto pela polícia britânica em julho de 2005.

No horário divulgado à família (14h30 de Londres, 10h30 em Brasília), a definição foi publicada no site da Corte, mas ela ouviu a sentença pela rede de TV BBC antes que pudesse acessar o documento. Apesar da expectativa, Patrícia disse à Folha de S.Paulo, por telefone, que “já esperava um não da Corte”.

“Sempre deixei um espaço para um eventual ‘sim’, que o recurso seria aceito e haveria uma reviravolta. Eu tinha aquele sentimento ‘half half’ [metade metade, em inglês]. Meio que me preparei tanto para um não quanto para o sim, porque não adiantava ter muita esperança. Já me aborreci muito com essa história”, afirmou Patrícia, que trabalha como faxineira em Londres, é casada e tem uma filha de 13 meses.

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