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Palestina

Crise se agrava e Fatah deixa governo

 | Divulgação/assessoria de imprensa
(Foto: Divulgação/assessoria de imprensa)

Cidade de Gaza – O Comitê Central do Fatah decidiu ontem suspender sua participação no governo de coalizão palestino, formado em março com o Hamas, com quem o grupo disputa poder.

Segundo fontes do partido reunidas em Ramallah, a decisão vai vigorar até que cessem os conflitos internos na Faixa de Gaza. A reunião do principal órgão decisório do Fatah foi convocada em caráter emergencial pelo presidente palestino e líder do grupo, Mahmoud Abbas, que, pela manhã, teve o gabinete atingido por atiradores palestino. A casa do primeiro-ministro, Ismail Hanyieh, do Hamas, também foi atingida.

Nos últimos dois dias, ao menos 43 pessoas foram mortas nos confrontos internos, entre elas 21 palestinos atingidos num ataque do braço armado do Hamas a um complexo das Forças de Segurança Nacional palestinas, no norte da Faixa de Gaza. O ataque aconteceu minutos depois de ter vencido o prazo para a retirada de várias instalações controladas pela facção rival, disseram testemunhas.

O acirramento dos conflitos envolvendo as duas facções rivais dos líderes aproximou a região ainda mais de uma guerra civil. O premier de Israel, Ehud Olmert, pediu que potências ocidentais pensem seriamente em enviar uma força internacional de paz à Faixa de Gaza .

Um assessor do Haniyeh acusou o Fatah de tentativa de derrubar o governo de coalizão nacional à força. "Certas partes, colaborando com partes hostis a nosso povo, tratam de derrubar o governo de unidade nacional pela força", afirmou.

No outro lado da disputa, comandantes das Forças de Segurança Nacional palestinas, leais a Abbas, ordenaram ontem que suas unidades defendam seus postos contra ataques do Hamas e derrotem o que chamaram de "golpe Estado" do grupo radical islâmico.

"Avancem, nossas forças. Façam frente aos que buscam o golpe de Estado. Defendam sua dignidade e sua honra militar. Defendam a segurança do seu povo", disse em comunicado o comando das forças de seguranças, ligadas ao Fatah.

Comandante executado

Os ataques seguem-se aos confrontos de segunda-feira, quando ao menos 14 pessoas foram mortas. O derramamento de sangue inclui um tiroteio dentro de um hospital e o assassinato de um comandante da Fatah que foi tirado da cama em casa e executado.

As batalhas refletem a luta pelo poder entre os islamistas do Hamas e a secular Fatah. Enquanto o Hamas prega a eliminação de Israel, o Fatah se apresenta mais aberto ao diálogo com o Estado judeu.

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