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Em carta no Facebook, a presidente argentina Cristina Kirchner se perguntou o que pode ter levado ao suicídio de Nisman. Dentre as questões elencadas, estão a volta repentina das férias do promotor, a arma e a publicação sequencial de capas do jornal "Clarín" sobre a denúncia de Nisman. Ela ainda diz que seu governo reabriu as investigações, canceladas em 2000 por suspeita de encobrimento de militares que suspeitos de ajudar no ataque.

Mais cedo, Cristina ordenou que sejam reveladas as identidades dos agentes investigados pelo promotor. Um juiz já ordenou a proteção dos arquivos que seriam usados na denúncia. A oposição disse não acreditar na versão de suicídio e relembrou que Nisman recebia muitas ameaças.

O promotor argentino Alberto Nisman, 51, foi encontrado morto na noite de domingo (18). Ele havia acusado a presidente Cristina Fernández de Kirchner de encobrir os autores do ataque à Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), que deixou 85 mortos e 300 feridos em 1994. A principal hipótese dos investigadores é de suicídio.

Ele foi encontrado por sua mãe e por policiais que faziam sua escolta baleado com um tiro na têmpora dentro do banheiro de seu apartamento em Puerto Madero, bairro nobre da cidade de Buenos Aires. Ao seu lado, estava um revólver calibre 22 com que ele teria se matado, segundo Viviana Fein, a promotora que investiga o caso.

Fein afirma que o laudo da autópsia revelou que "não houve intervenção de terceiras pessoas", embora ela não descarte a possibilidade de um "suicídio induzido". A promotora ainda investiga de quem seria o revólver usado por Nisman para se matar.

Nisman apresentaria na segunda (19) ao Congresso argentino as provas da denúncia que envolve, além da presidente, o chanceler Hector Timerman e outros aliados da Casa Rosada. Eles são acusados de negociar um acordo com Teerã para que os suspeitos iranianos do atentado à Amia não fossem investigados. Em 2013, os dois países assinaram um entendimento para que os suspeitos fossem interrogados na capital iraniana, o que os favoreceria.

Para Nisman, a Casa Rosada aceitou isso para acertar um acordo para trocar petróleo por produtos agrícolas, em meio à crise econômica no país. O pacto teria sido rejeitado porque a Interpol não tirou as ordens de captura dos suspeitos iranianos. As principais provas do promotor eram gravações de telefonemas entre iranianos e militantes kirchneristas.

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