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Buenos Aires - O governo argentino fez ontem uma nova concessão para aprovar no Congresso seu projeto de Lei de Serviços Audiovisuais. O texto foi debatido pelas Co­­mis­­sões de Comunicações, Orça­­mento e Liberdade de Expressão da Câmara, que somam 91 (de 257) deputados. Somente se apro­­vado nessa instância, o projeto poderia seguir para votação em plenário.

Para dobrar resistências nas comissões, o governo aceitou mudar a chamada "autoridade de aplicação’’ da lei. Esse era o segundo ponto considerado crucial pelo governo no texto.

O primeiro era o aval para a entrada das telefônicas no mercado de tevê a cabo, oferecendo o "triple play’’ (telefone, tevê a ca­­bo e internet), do qual a presidente Cristina Kirchner recuou na segunda-feira.

A "autoridade de aplicação’’ da lei terá o poder de decidir so­­bre a concessão das licenças au­­diovisuais e sua revisão periódica. Pelo texto original, esse co­­mitê seria subordinado à Se­­cre­­taria de Meios de Comunicação da Presidência e teria maioria de membros indicados pelo Exe­­cutivo.

Parlamentares da oposição e o setor empresarial crítico ao projeto argumentavam que ha­­via brecha para manipulação do governo sobre o comitê e exigiram a mudança.

Agora, o grupo será vinculado a uma "entidade autônoma e autárquica’’ de acordo com a de­­putada governista Patricia Vaca Narvaja, que anunciou a mu­­dança. Está em estudo a in­­cor­­poção de mais representantes, para dissolver a maioria do Exe­­cu­­tivo.

Com esse novo recuo, o go­­verno cedeu em dois pontos fun­­damentais, antes da chegada do projeto ao Senado, onde é prevista a maior resistência.

Antes de quinta-feira passada, quando a Receita Federal rea­­lizou uma blitz na sede do diário Clarín e em residências de di­­retores do grupo, com cerca de 200 fiscais, o governo estimava maioria folgada para aprovar o projeto na Câmara sem fazer modificações substanciais.

A blitz no Clarín repercutiu como uma tentativa de intimidação oficial a um jornal opositor e fragilizou a base de apoio ao projeto de lei, que trata da re­­gulação do setor de mídia.

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