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Foram libertados neste sábado dois do grupo de 13 dissidentes do governo de Cuba que ainda estão presos desde 2003. Eles voltaram para suas casas na capital do país, Havana. Trata-se de um sinal de que o governo pretende libertar todos os homens, apesar de eles recusarem a ideia de exilar-se.

Membro do grupo dissidente Mulheres de Branco, Bertha Soler afirmou à Associated Press que Arnaldo Ramos Lauzurique "chegou a seu apartamento" na região central de Havana, depois de sua mulher ter recebido uma ligação do cardeal Jaime Ortega informando as intenções do governo. Soler explicou que um outro prisioneiro político do grupo de 13, Luis Enrique Ferrer Garcia, aceitou um acordo e deve se exilar com a família. Soler disse que Garcia partirá para a Espanha em breve.

A Igreja Católica, que anunciou todas as libertações anteriores, desta vez não comentou o caso de imediato. O governo se recusou a comentar quando o processo foi revelado.

Ramos tem 68 anos de idade e foi condenado a 18 anos de prisão, em 2003, junto a outros 74 ativistas, acusado de receber dinheiro e apoio dos Estados Unidos para destruir a revolução. Alguns dos prisioneiros foram liberados em seguida, por motivos de saúde.

Depois de um encontro com o presidente Raúl Castro, em 7 de julho, o cardeal Ortega anunciou que 52 prisioneiros seriam libertados ao longo de quatro meses. Destes, 39 saíram da cadeia e se exilaram na Espanha, mas o processo de libertação dos outros foi interrompido quando os 13 remanescentes se recusaram a deixar a ilha.

Embora o prazo de 17 de novembro tenha passado, nos últimos dias o governo deu sinais de que ainda planejava cumprir a palavra. A esposa de um dos outros homens disse à Associated Press na sexta-feira que uma autoridade de segurança o visitou na prisão para dizer-lhe que estaria em casa em alguns meses. Laura Pollan líder das Mulheres de Branco, disse que autoridades da igreja pediram paciência. "Eles disseram que o acordo não foi rompido e que o processo de liberação continuará, mesmo que o prazo tenha passado", afirmou ela.

No entanto, a libertação de Ramos foi o primeiro sinal concreto de progresso contínuo. "Arnaldo é o primeiro dos 13 a ser libertado. Ele está bem", revelou Soler, cujo marido, Angel Moya é um dos presos que se recusaram a deixar a ilha.

Alguns dos homens prometeram retomar a luta pela democracia quando saíssem da cadeia, mas não ficou claro se Ramos voltara às atividades políticas.

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