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O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, disse nesta quinta-feira (3) que a democracia do seu país "morreu" por causa da decisão tomada na véspera pelo Congresso de não permitir sua restituição ao poder.

Os Estados Unidos, que mediaram em outubro um acordo que previa essa votação, lamentaram a decisão, mas disseram que vão acatá-la.

"A democracia hondurenha lamentavelmente morreu", disse Zelaya à rádio Globo local. Ele continua abrigado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa desde setembro, quando voltou clandestinamente ao exílio que lhe fora imposto no golpe de 28 de junho.

"Faço um chamado ao povo para que se mantenha na luta, que se mantenha na resistência, faço um chamado ao povo para que derrotemos esta ditadura de qualquer maneira", acrescentou. "Esta decisão não me despoja do meu cargo. Continuo sendo o presidente de Honduras."

Honduras realizou no domingo eleições presidenciais que estavam previstas desde antes do golpe. O vencedor foi o conservador Porfírio Lobo, mas vários governos latino-americanos, inclusive o do Brasil, não reconheceram o resultado para não legitimar o golpe.

Já os EUA reconheceram, com ressalvas, a vitória do oposicionista Lobo.

Mas um funcionário do Departamento de Estado norte-americano afirmou que os EUA estavam "decepcionados" com decisão do Congresso hondurenho de não permitir que Zelaya cumpra o resto do seu mandato, até janeiro, uma posição praticamente unânime na comunidade internacional.

O acordo de outubro previa a volta de Zelaya, com autorização do Congresso, e a formação de um governo de unidade nacional, cuja montagem acabou não ocorrendo por divergências entre as partes.

Nesta quinta-feira, foi a vez de Lobo e do presidente de facto, Roberto Micheletti, proporem um governo de conciliação.

"O cumprimento desse acordo (...) nos abre as portas para normalizar as relações que hoje estão interrompidas. Com o acordo se abririam as portas no mundo, e o nosso povo deixaria de continuar sofrendo", disse Lobo a jornalistas, referindo-se às sanções que Honduras sofre por causa do golpe.

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