• Carregando...
Joe Biden, presidente eleito dos EUA segundo projeções, discursa em Wilmington, Delaware, 9 de novembro
Joe Biden, presidente eleito dos EUA segundo projeções, discursa em Wilmington, Delaware, 9 de novembro| Foto: Angela Weiss / AFP

Normalmente, não é possível que um partido ganhe a presidência dos Estados Unidos e tenha uma noite de eleição ruim, mas os democratas conseguiram.

Enquanto se aguarda o resultado de dois segundos turnos do Senado na Geórgia, Joe Biden parece destinado a se tornar um presidente que não assinará nenhuma legislação que não seja aprovada no Senado de Mitch McConnell primeiro.

Ele não está chegando à Casa Branca com a força de uma Onda Azul, como tantas vezes foi previsto, mas de uma Marola Azul que viu os democratas falharem em ganhar o controle do Senado (eles precisam ganhar ambas as cadeiras da Geórgia em janeiro para chegar a um empate de 50-50), sofrerem derrotas chocantes na Câmara e perderem terreno nas disputas legislativas estaduais após investir pesado nelas.

Biden claramente deve sua vitória (que o presidente Donald Trump, é claro, ainda está contestando) em grande parte à impopularidade pessoal de Trump. Em disputas em que o presidente não estava na cédula, em comparação, a fraqueza do Partido Democrata ficou exposta e pagou o preço.

Se o ex-vice-presidente conseguiu fazer da corrida presidencial um referendo sobre Trump, os republicanos tiveram sucesso em transformar as disputas na Câmara, de fato, em um referendo sobre Alexandria Ocasio-Cortez e o socialismo “woke” que anima os ativistas democratas e chama tanta atenção. (Nancy Pelosi posou para a capa da revista Rolling Stone com membros do Squad, e Ocasio-Cortez está na capa da última edição da Vanity Fair.)

Impulsionados pela mídia, os democratas estavam tão certos de que navegavam na maré da história para inevitáveis ​​retomadas de cadeiras na Câmara que não pararam para reparar na impopularidade de sua agenda e na esquerda de seu partido.

Os republicanos pegaram o rótulo socialista e o penduraram no pescoço dos democratas. Isso foi especialmente devastador no sul da Flórida, onde eleitores de Cuba, Venezuela e Colômbia vieram aos Estados Unidos para fugir do socialismo e não têm interesse em votar em ninguém cujo partido inclua socialistas declarados. Os republicanos nocautearam as representantes democratas em exercício Donna Shalala e Debbie Mucarsel-Powell em distritos fortemente hispânicos.

Em Nova York, os republicanos usaram dois casos relativos à lei e à ordem para esmagar os democratas: o slogan mais idiota de nossos tempos, "desfinanciem a polícia" e a lei estadual que restringe a fiança em dinheiro. Com isso, provavelmente derrotaram dois representantes democratas em exercício na Câmara. O Partido Republicano brandiu a agenda anti-combustível fóssil dos democratas no sudoeste do país e o aumento de impostos de Biden na Califórnia para defender suas cadeiras e retomar assentos em todo o mapa.

Quando tudo estiver concluído, a maioria na Câmara de Nancy Pelosi pode ser a menor em 20 anos, e certamente será altamente vulnerável em 2022.

Tem havido ressentimento democrata onde deveria haver comemoração. A deputada moderada da Virgínia, Abigail Spanberger, que venceu por pouco sua candidatura à reeleição, disparou um ataque raivoso contra a esquerda do partido durante uma teleconferência dos democratas na Câmara, indignada pelo partido ter entregado aos republicanos tanta munição. Por outro lado, se Biden for realmente paralisado por uma maioria republicana no Senado, a esquerda ficará desapontada e irritada com seu governo desde o início.

Geralmente, é o lado perdedor que sofre uma amarga guerra civil após uma eleição. Não se engane, muito disso ainda está por vir no Partido Republicano. Mas, apesar de ganhar a Casa Branca, os democratas serão destroçados por recriminações e brigas pelo caminho à frente.

É sempre um perigo para um partido político acreditar em sua própria publicidade. Esse é um risco especialmente difícil de ser evitado pelos democratas quando praticamente todos os instrumentos da cultura celebram causas de esquerda e trabalham para criar a sensação de que seu triunfo é inexorável.

Este ano, os democratas pensaram que estavam marchando de força em força, quando na verdade estavam sobre gelo fino com um eleitorado que estava preparado para rejeitar Trump, mas não para dar poder a um partido que elevou socialistas e ideias bizarras que vão desde o esvaziamento da polícia até o Green New Deal.

©2020 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]