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Carro de oposição atacado na Venezuela
Imagens divulgadas pela oposição no Twitter mostram carro que foi atacado a caminho da Assembleia Nacional da Venezuela| Foto: Reprodução

Um grupo armado atacou um comboio que levava políticos da oposição da Venezuela para uma sessão no prédio da Assembleia Nacional nesta quarta-feira, 15. Os carros foram atingidos por cones de trânsito e atacados com pés de cabra. Parlamentares que estavam no comboio também relataram ouvir tiros. Ninguém ficou ferido.

Vídeos divulgados em redes sociais mostram um homem atacando um dos veículos com um cone. Na sequência, objetos são atirados contra outro carro do comboio, quebrando o vidro traseiro. Os veículos fogem do local e são seguidos por várias pessoas em motos. O porta-voz da oposição informou que quatro políticos estavam nos veículos, inclusive o vice-presidente do Congresso de Guaidó, Carlos Berrizbeitia.

Os deputados disseram que seguiam em comboio até o local da sessão quando foram atacados. "Eles atiraram com armas. Há vídeos, há as janelas de uma van blindada destruídas. Denunciamos perante o mundo o cerco ao Parlamento", declarou o deputado Carlos Prosperi, depois de escapar sem ferimentos dos ataques.

Sem conseguir chegar ao Legislativo, Guaidó presidiu uma sessão em um anfiteatro do bairro de El Hatillo, no leste de Caracas, enquanto a Assembleia Nacional Constituinte, composta apenas por chavistas e não reconhecida por parte da comunidade internacional, realizaria outra sessão na sede do Parlamento. "Há um disparo na janela do motorista do meu veículo. É um atentado da ditadura", disse Guaidó. A congressista Delsa Solórzano, que fazia parte do comboio atacado, também denunciou no Twitter que a caravana tinha sido alvejada.

Jornais locais informaram que, no momento do ataque, o edifício da Assembleia Nacional estava cercado por militares, na tentativa de impedir a entrada de deputados contra o regime de Maduro. A oposição acusa militares, policiais e civis que apoiam o governo de Maduro de sequestrar a sede do Legislativo.

O segundo vice-presidente do Parlamento, Carlos Berrizbeitia, denunciou a cumplicidade das forças policiais regulares, que teriam se aliado a civis armados, e pediu ao ministro da Defesa, Vladimir Padrino, uma explicação para o ataque. "Padrino, esse uniforme que você veste pertence a todos os venezuelanos. Como você pode estar escondendo o fato de que terroristas estão atirando com armas de fogo?", questionou Berrizbeitia. Segundo ele, integrantes da Polícia Nacional Bolivariana (PNB), da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) e da contraespionagem militar (DGCIM) testemunharam os ataques de milicianos - e não fizeram nada para impedi-los.

Diosdado Cabello, chefe da Assembleia Constituinte, elogiou o ataque durante a sessão de ontem, chamando a oposição de "louca" e "acabada". Os grupos de civis armados, que são chamados de "coletivos", se dizem defensores da revolução bolivariana e são considerados paramilitares pela oposição.

Na última semana, Guaidó e opositores foram impedidos por tropas de entrar no prédio da Assembleia Nacional para participar da votação para a nova mesa diretora. No dia 5, com a ausência da oposição e sem o quórum exigido de 84 parlamentares, o Partido Socialista havia declarado Luis Parra como chefe do Legislativo. No mesmo dia, parlamentares opositores reelegeram Guaidó em um plenário separado. Apesar do bloqueio policial, no dia 7, Guaidó recuperou o controle da casa.

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