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Fotografia divulgada pelo Corpo de Bombeiros do condado de Miami-Dade mostrando uma vista aérea do prédio de 12 andares parcialmente desabado
Fotografia divulgada pelo Corpo de Bombeiros do condado de Miami-Dade mostrando uma vista aérea do prédio de 12 andares parcialmente desabado| Foto: Bombeiros De Miami-dade/Agência EFE/Gazeta do Povo

Equipes de resgate continuam nesta sexta-feira (25) as buscas por sobreviventes nos escombros de um prédio residencial que desabou parcialmente em Surfside Beach, perto de Miami Beach, na Flórida, na madrugada de quinta-feira (24). De acordo com informações repassadas por autoridades do condado de Miami-Dade na manhã desta sexta-feira, quatro mortes foram confirmadas e 159 pessoas que poderiam estar no prédio estão desaparecidas.

O prédio

O condomínio Champlain Towers South está localizado na Avenida Collins, em Surfside Beach, no subúrbio de Miami, na Flórida. Ele foi construído em 1981, próximo à beira-mar, e possui 12 andares que abrigam 136 apartamentos de um, dois ou três quartos. A ala nordeste do prédio veio abaixo por volta da 1h30 de quinta-feira (2h30 no horário de Brasília), quando sobreviventes e moradores dos arredores relataram que foram acordados por barulho de alarmes, tremores no chão e um estrondo.

O que causou o desabamento do prédio ainda é algo que precisa ser investigado. Na tarde de quinta-feira, a prefeita do condado de Miami-Dade, Daniella Levine Cava, disse se tratar de uma "questão de engenharia estrutural". Uma obra estava sendo realizada no terraço de concreto, como parte de uma revisão de infraestrutura para que o prédio pudesse obter uma licença requerida pela prefeitura para prédios com 40 anos.

Um advogado envolvido no projeto de reforma disse ao New York Times não acreditar que o desabamento esteja relacionado a alguns problemas identificados na vistoria, já que, segundo ele, qualquer prédio antigo construído próximo ao mar apresenta algum nível de corrosão e deterioração do concreto.

A CNN também informou que um estudo realizado no ano passado mostrou sinais de que o prédio estava afundando cerca de 2 milímetros por ano entre 1993 e 1999. Shimon Wdowinski, professor do Instituto de Meio Ambiente da Florida International University, disse à emissora que esta pode não ter sido a razão para o desmoronamento, mas que pode ter sido um fator que contribuiu para o desastre.

De acordo com especialistas, levará meses e talvez anos para determinar as causas do colapso de uma das alas do edifício.

As buscas e as vítimas

As identidades das quatro pessoas que foram encontradas mortas ainda não foram reveladas. Os socorristas temem que haja muitas outras vítimas no desastre, já que 159 pessoas estão desaparecidas. Autoridades informaram que 35 pessoas foram resgatadas da parte do prédio que não desabou e duas foram tiradas dos escombros. No total, 102 moradores do prédio colapsado foram localizados.

Em entrevista coletiva, Levine Cava destacou que "a esperança de encontrar pessoas vivas" permanece e a busca entre a montanha de escombros continuará, apesar do "risco extremo" que isso representa para os socorristas. Os mais de 100 que trabalharam em turnos ao longo desta noite, não ouviram vozes, mas sons que podem não ser necessariamente produzidos por humanos, e é nesses locais que eles procuram com mais detalhes, segundo explicou um porta-voz do corpo de bombeiros de Miami-Dade.

No centro de reunificação familiar que opera a poucos quarteirões do Champlain Towers, os serviços de emergência estão começando a coletar amostras de DNA de pessoas com parentes desaparecidos para facilitar a identificação quando corpos forem encontrados nos escombros, segundo informou a emissora de televisão "NBC 6". Essas pessoas estão desesperadas para encontrar seus familiares mais de 24 horas após o desabamento de 55 apartamentos do prédio, mas seguem esperando por um "milagre", como muitos declararam.

Entre os desaparecidos há pessoas de diversas nacionalidades, inclusive da América Latina – 45% da população de Surfside se identifica como de origem latina ou hispânica.

O Ministério das Relações Exteriores do Paraguai informou nesta quinta-feira que há seis paraguaios desaparecidos no desastre. Entre eles estão Sophia López Moreira, irmã da primeira-dama paraguaia Silvana López Moreira, e o marido dela, Luis Pettengill.

Há pelo menos nove argentinos desaparecidos, inclusive uma menina de cinco anos, segundo informaram as autoridades do país. Outros dois argentinos conseguiram se salvar: os atores Nicolás Vázquez e Gimena Accardi.

Declaração de emergência

O governador da Flórida, Ron DeSantis, declarou estado de emergência no condado de Miami-Dade, atendendo a um pedido do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para oferecer assistência às famílias afetadas pelo desabamento. Em ordem executiva, DeSantis explicou que "uma parte substancial da estrutura foi destruída e o resto se tornou inabitável".

A medida prevê a instrução de todas as agências governamentais estatais, regionais e locais, incluindo as agências de aplicação da lei, para identificar as equipes necessárias para ajudar a atender as necessidades de resposta, recuperação e mitigação criadas por esta emergência.

O texto assinado por DeSantis declara "ilegal para qualquer pessoa alugar ou vender a um preço não razoável dentro da área para a qual o estado de emergência é declarado qualquer produto essencial, incluindo, entre outros, fornecimentos, serviços, provisões ou equipamento necessários".

O governador também ordenou que "recursos suficientes sejam disponibilizados conforme necessário, transferindo e gastando dinheiro apropriado para outros fins".

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