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Protesto em estação de Buenos Aires, onde  acidente de trem deixou 50 mortos | Hugo Villalobos/AFP
Protesto em estação de Buenos Aires, onde acidente de trem deixou 50 mortos| Foto: Hugo Villalobos/AFP

Governo e oposição trocaram far­­pas ontem, no dia seguinte ao acidente de trem que matou 50 pessoas e deixou mais de 700 feridos na Estação Once, no centro de Buenos Aires.

A polícia ainda não chegou a conclusões com relação à causa da tragédia, mas os críticos ao governo de Cristina Kirchner cobraram melhor atuação por parte do Estado.

"O governo deve dar explicações para a falta de controles da TBA [Trens de Buenos Aires]", disse o cineasta e líder do Proyecto Sur, Fernando Solanas. O diretor referia-se à empresa privada responsável pela linha, que recebia subsídios do Estado.

Um dos diretores da TBA, Roque Cirigliano, afirmou que o trem vinha operando de forma "aceitável" e que acreditava na hi­­pótese de erro humano. Foi insultado aos gritos de "assassino".

O socialista Christian Castillo pediu a nacionalização dos transportes, enquanto as principais centrais sindicais defenderam que o governo retome o controle da linha.

O secretário de Transportes, Juan Pablo Schiavi, e o ministro do Planejamento, Julio de Vido, deram uma conferência a jornalistas na qual não se permitiram perguntas. Disseram que o Estado atuaria "em defesa dos cidadãos".

Schiavi também amenizou declarações que repercutiram mal. O secretário havia dito que as pessoas que morreram por estar nos vagões um e dois compartilhavam "essa coisa da cultura argentina de querer ficar na frente para sair primeiro". E também que, se o acidente tivesse ocorrido durante o Carnaval, não haveria tantos mortos.

"Não estava tentando minimizar – apenas reforçar que por ser horário de pico, houve mais vítimas", disse.

Deputados da oposição sugeriram que o secretário de Trans­­por­­tes deveria ir ao Congresso dar ex­­plicações. O acidente ocorre quan­­do o governo estuda rever subsídios adotados na década de 2000 em razão da crise.

"O transporte passou das mãos do Estado para empresas privadas, nos anos 90, e o controle se di­­luiu. A isso soma-se o crescimento do país e do consumo, com a infraestrutura de 20 anos atrás. Não é questão de ser público ou privado. Faltou investimento", dis­­se a economista Marina Dal Pog­­getto.

Ontem, dez famílias ainda bus­­cavam parentes desaparecidos no acidente.

Segundo as autoridades, os 50 mortos já foram identificados, mas ainda havia muitos feridos anônimos espalhados nos hospitais da redondeza.

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