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Dezenas de milhares de pessoas participam de uma passeata em Nápoles neste sábado (21) em protesto para lembrar as vítimas da máfia e exigir um fim ao crime organizado no sul da Itália.

Organizadores disseram que cerca de 150 mil pessoas de todas regiões da Itália e de 30 outros países participaram da manifestação, tornado-a um dos maiores protestos contra os poderosos cartéis do crime nos últimos anos.

Parentes de vítimas, alguns vestidos com roupas brancas e segurando fotos de seus entes queridos, conduziam a manifestação, à medida que os nomes de cerca de 900 pessoas mortas pela máfia foram lidos em alto-falantes. Uma faixa foi carregada com os dizeres: "Vocês não os mataram. Eles estão caminhando entre nós."

"Hoje é um dia de celebração porque nós nos lembramos de nossos mortos com todos esses jovens reunidos aqui. Eles são o futuro da Itália", afirmou Vincenzo D'Agostino, pai de um policial que foi morto pela máfia junto com sua esposa e filho.

A marcha foi organizada pela Libera (Livre), uma associação de grupos da sociedade civil envolvida em muitas atividades contrárias à máfia, incluindo compra de fazendas e edifícios confiscados da máfia. Os bens adquiridos são usados pela associação em ações sociais, tais como escolas e centros de reabilitação para dependentes químicos.

"Um dia como hoje é significativo somente se nos mantivermos em luta durante os outros 364 dias do ano", disse Luigi Ciotti, padre e presidente da Libera.

A polícia italiana tem dado duros golpes na máfia siciliana nos últimos anos, prendendo vários mafiosos de alto escalão, como o "chefe dos chefes", Bernardo Provenzano, e seu herdeiro Salvatore Lo Piccolo, em 2007.

Mas acredita-se que as quatro maiores organizações mafiosas do país - Ndrangheta, da Calábria; Cosa Nostra, da Sicília; Camorra, de Nápoles; e Sacra Corona Unita, de Pugliam; ainda têm grande peso na economia da Itália.

O ministro do Interior, Roberto Maroni, disse que a Ndrangheta, agora considerado o mais poderoso sindicato do crime italiano, fatura 45 bilhões de euros (61,6 bilhões de dólares) por ano por meio de sua participação no tráfico de drogas da Europa.

Os serviços de inteligência da Itália afirmaram este mês que a queda da economia global está dando aos criminosos a chance de estreitar sua influência no plano econômico, à medida que eles usam recursos de suas atividades ilegais para adquirir participações nos setores de varejo, turismo e imobiliário.

Empresas com grande urgência em obter capital também têm se tornado mais vulneráveis aos movimentos do crimes organizado, afirmaram os serviços de inteligência do país em relatório.

"Nós estamos aqui hoje para mostrar que a máfia pode ser enfrentada se todos nós nos unirmos", acrescentou a manifestante Rossella Brescia.

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